Carlos Slim quer ganhar ainda mais o mercado brasileiro e deve fundir suas empresas de telecomunicações no Brasil. (.)
Diogo Max
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.
São Paulo - O empresário das telecomunicações e homem mais rico do mundo no ranking da revista Forbes, o mexicano Carlos Slim, decidiu fundir suas empresas no Brasil. Em no máximo dois meses e se o plano for aprovado pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), Claro (telefonia móvel) e Embratel (telefonia fixa) poderão se tornar uma única empresa, cortar custos, ganhar eficiência e começar a oferecer serviços compartilhados aos seus clientes.
Segundo reportagem veiculada nesta quarta-feira pelo jornal Folha de S. Paulo, ao fundir Claro, Embratel e também parte da Net (TV a cabo) na América Móvil, o empresário pretende ganhar mais mercado, oferecendo pacotes "quadriple-play" (telefonia fixa, móvel, TV paga e internet).
Juntas, Claro, Embratel e Net têm hoje mais de 56 milhões de clientes e, no primeiro trimestre deste ano, faturaram mais de 6,5 bilhões de reais e lucraram quase 500 milhões de reais. A sinergia (economia de custo com a fusão entre as empresas) ficaria entre 20% a 30%.
A mudança de planos para o Brasil é semelhante ao que o empresário mexicano já havia feito no seu país de origem. Em janeiro deste ano, Slim comprou a Carso, uma holding que controla a Telmex no México e no exterior, e colocou sob o controle da América Móvil.
Segundo a Folha de S. Paulo, Slim parece estar um pouco descontente com o resultado de suas empresas de telecomunicações no País. Não que elas não tenham dado lucro e não sejam rentáveis, mas porque o bilionário mexicano quer muito mais do mercado brasileiro.
Carlos Slim também está a espera de que o Congresso Nacional aprove a PL 29, projeto de lei que permite as empresas de telecomunicações serem controladas por estrangeiros no Brasil. Se isso acontecer, o bilionário mexicano pretende fechar o capital da Net, que hoje está dividido entre Globo (51%) e Slim (49%), e colocá-la sob o guarda-chuva da América Móvil.
As empresas envolvidas na reportagem decidiram não comentar sobre o assunto.
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