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Candidatos a entregador do iFood mais que dobram com coronavírus

iFood, que opera em mais de mil cidades no Brasil, recebeu em março 175 mil inscrições de candidatos interessados em atuar como entregadores

Entregador de iFood: iFood atualmente conta com 140 mil entregadores cadastrados (iFood/Divulgação)

Entregador de iFood: iFood atualmente conta com 140 mil entregadores cadastrados (iFood/Divulgação)

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Reuters

Publicado em 1 de abril de 2020 às 11h42.

Última atualização em 1 de abril de 2020 às 16h40.

O aplicativo brasileiro iFood viu o número de candidatos a vagas de entregador da plataforma mais que dobrar em março, disse um executivo à Reuters, em um momento em que a rápida disseminação do coronavírus alimenta temores sobre desemprego na maior economia da América Latina.

A epidemia, que segundo o Ministério da Saúde havia matado 201 pessoas no Brasil até terça-feira, levou autoridades a paralisarem atividades que não só forçaram algumas empresas a demitir ou afastar funcionários como também prejudicaram a renda de trabalhadores informais.

Mas, embora sejam um desafio para muitos, as medidas de isolamento social vêm impulsionando a demanda por entregas de compras de supermercado e refeições, tornando o iFood e outros aplicativos do gênero um serviço essencial para população.

O iFood, que opera em mais de 1 mil cidades em todo o Brasil, recebeu em março 175 mil inscrições de candidatos interessados em atuar como entregadores da plataforma ante 85 mil em fevereiro, contou o vice-presidente financeiro e estratégico do iFood, Diego Barreto, em entrevista à Reuters por telefone.

Controlado pelo grupo brasileiro de tecnologia Movile, o iFood atualmente conta com 140 mil entregadores cadastrados, além de outros 200 mil terceirizados que atendem diretamente restaurantes.

"O fluxo tem sido bastante intenso e vemos grande mudança de comportamento dos clientes em todas as categorias", afirmou Barreto, sem informar o total de pedidos entregues pelo iFood em março.

Ele disse, contudo, que o número de restaurantes com pedidos registrados na plataforma iFood atingiu 160 mil em março, alta de 11% frente aos 142 mil observados em fevereiro.

"Se o pilar de entregadores subir mais que o de restaurantes com pedidos haveria um desbalanceamento... Buscamos equilíbrio de crescimento", afirmou Barreto.

Na categoria supermercados, o iFood apurou em março aumento de 400% nas entregas de produtos de limpeza, incluindo álcool em gel, principalmente em função da estocagem de items por parte de clientes em meio à quarentena.

A demanda por outros produtos, tais como peixes enlatados e os tradicionais ingredientes da culinária brasileira arroz e feijão, subiu 70% e 45%, respectivamente, mostraram os números do iFood.

A rival colombiana Rappi também está acelerando a expansão no Brasil, com planos de triplicar a quantidade de assistentes pessoais de compras em supermercados. "E estamos constantemente trabalhando para ter mais parceiros de entrega também", disse a startup financiada pelo japonês Softbank em comunicado enviado à Reuters.

No início de março, a Rappi informou alta de aproximadamente 30% em todas as entregas na América Latina nos dois primeiros meses de 2020 em comparação com os dois últimos meses de 2019.

O grupo colombiano, que tem cerca de 200 mil entregadores em nove países da América Latina, ainda não divulgou seus números de março.

Já o Uber Eats, braço de entrega do aplicativo de transporte Uber Technologies, está diversificando sua atuação para atender à crescente demanda no mundo todo em meio à pandemia do coronavírus, incluindo uma parceria com o varejista Carrefour SA na França.

No Brasil, o Uber Eats está adicionando novas categorias para usuários de São Paulo a partir desta quarta-feira, após acordos com redes de farmácias, lojas de conveniência e pet shops para oferecer entregas de produtos básicos. O objetivo é expandir esses serviços para outras cidades brasileiras já nos próximos dias, disse em comunicado.

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