Negócios

MPT processa Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez em R$ 26 mi

Ação civil pública foi movida por descumprimento de normas de segurança; empresas registraram mortes de trabalhadores nas obras da Arena da Amazônia e Jirau


	Usina de Jirau, em Rondônia: responsável pela obra, Camargo Corrêa enfrenta ação civil pública de R$ 6 milhões
 (Cristiano Mariz/Site Exame)

Usina de Jirau, em Rondônia: responsável pela obra, Camargo Corrêa enfrenta ação civil pública de R$ 6 milhões (Cristiano Mariz/Site Exame)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de maio de 2013 às 14h24.

São Paulo - O Ministério Público do Trabalho (MPT) divulgou hoje o ajuizamento de ação pública contra a Andrade Gutierrez e a Camargo Corrêa, duas gigantes da construção civil. Movidas por descumprimento de normas de segurança nos canteiros de obras, as ações somam 26 milhões de reais. 

A Andrade Gutierrez foi processada no Amazonas após a morte de um trabalhador no canteiro de obras da Arena da Amazônia, em março deste ano. Com capacidade para 44.500 torcedores, o estádio está sendo erguido do zero no mesmo local ocupado pelo antigo estádio Vivaldo Lima.

O MPT pediu o pagamento de 20 milhões de reais à empresa por danos morais coletivos. A decisão final cabe à Justiça do Trabalho, que ainda não deu seu parecer sobre o caso.

Em relação à saúde, higiene e segurança dos trabalhadores na obra, a Justiça já determinou que a Andrade promova mais de 60 mudanças, sob a pena de arcar com uma multa de 20.000 reais para cada medida que não for cumprida dentro do prazo. Prevenção para quedas, acidentes por mutilações, esmagamentos e mortes por explosões foram contemplados no pacote.

Em nota, a companhia reforçou que realiza inspeções internas e treinamentos de segurança diariamente. Em relação à morte do operário, a Andrade disse aguardar a conclusão das investigações do caso. "A empresa esclarece ainda que a decisão divulgada hoje pela Justiça do Trabalho, prevê um prazo para cumprimento dos itens citados e poderá ser objeto de recurso, por se tratar de liminar deferida pelo juízo em primeira instância", completou. 

Já a Camargo Corrêa enfrenta ação movida pelo MPT de Rondônia. A companhia foi processada depois da morte de dois trabalhadores entre 2011 e 2012 na construção da Usina Hidrelétrica de Jirau, no rio Madeira. Procurada por EXAME.com, a companhia ainda não se manifestou. 

Na ação civil pública, o MPT requer o pagamento de 5 milhões de reais por dano moral coletivo e 1 milhão de reais pela prática de concorrência desleal. Isso porque, segundo o MPT, a companha teria desrespeitado os direitos dos trabalhadores para baratear o custo da mão de obra. O Ministério acrescentou que o julgamento do caso foi marcado para julho deste ano.

* Atualizada às 13h22 com posicionamento da Andrade Gutierrez

Acompanhe tudo sobre:Andrade GutierrezCamargo CorrêaConstrução civilEmpresasEmpresas brasileirasHoldingsJustiçaMinistério PúblicoProcessos trabalhistas

Mais de Negócios

Com alta dos juros, consórcio se fortalece como alternativa ao financiamento

Ele era atendente da Havan. Agora, atrai investidores para resolver a maior dor do varejo

Ela vendeu o carro para abrir joalheria e hoje fatura R$ 815 mil com peças personalizadas

Ele veio da periferia e é dono de empresa que cresce formando talentos no sertão