Agência da caixa Econômica Federal: a Caixa Seguros é controlada pela francesa CNP Assurances, que detém 50,75% das ações (.)
Da Redação
Publicado em 6 de janeiro de 2016 às 09h36.
São Paulo - Confirmando o interesse dos bancos de investimento, em meio à secura de ofertas públicas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) no Brasil, a Caixa Econômica Federal recebeu propostas de 16 instituições com sugestões para a estruturação da sua holding de seguros e consequente abertura de capital, conforme confirmou o banco ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.
Além dos bancos locais como Itaú BBA, BTG Pactual, Banco do Brasil, Bradesco BBI e Brasil Plural, também enviaram propostas os internacionais Deutsche Bank, JPMorgan, Bank of America Merrill Lynch (BofA), HSBC, Morgan Stanley, Santander, Credit Suisse, Goldman Sachs, Citibank, UBS e Barclays. Os nomes foram confirmados pela Caixa.
A Caixa ainda não passou aos bancos o valor de mercado de sua seguradora. Entretanto, estudos preliminares feitos pelo banco apontam, considerando todas as empresas sob o guarda-chuva da Caixa Seguros, que o montante estaria entre R$ 40 bilhões e R$ 70 bilhões, apurou o Broadcast.
O valor de mercado estimado pela Caixa para a holding de seguros se aproxima do atual da BB Seguridade, em torno de R$ 70 bilhões. Desde que abriu capital, há exatos dois anos, a holding de seguros do Banco do Brasil dobrou de valor. Na ocasião, a BB Seguridade levantou cerca de R$ 11,5 bilhões por uma fatia de 33,75% e suas ações foram precificadas a R$ 17,00, centro do intervalo proposto de R$ 15,00 a R$ 18,00.
Conforme os cálculos de uma fonte, se a fatia de mercado a ser colocada à venda da Caixa Seguridade, provável nome de batismo da holding, chegar a 35% e o valor de mercado da seguradora estiver mesmo na casa dos R$ 70 bilhões, seria possível captar cerca de R$ 20 bilhões. Caso o mercado siga uma trajetória de melhora nos próximos meses, porém, fontes de bancos não descartam que a oferta chegue nos R$ 30 bilhões.
Na semana passada, o nome da Caixa Econômica Federal foi citado na operação Lava Jato, o que, segundo fontes, poderia incluir mais desafios para a abertura de capital da seguradora ainda neste ano. No entanto, executivos lembram que a seguradora tem pontos que contam a favor, como o potencial de crescimento do mercado de seguros no Brasil e ainda o fato de ter capital misto, que poderiam garantir o sucesso da oferta.
A Caixa Seguros é controlada pela francesa CNP Assurances, que detém 50,75% das ações, e pagou US$ 538 milhões pela participação em 2011 num acordo de 20 anos. De acordo com uma fonte, a sócia majoritária já foi procurada sobre o IPO, mas para uma conversa superficial. Para que a reestruturação e IPO da seguradora sigam adiante, os franceses, porém, precisam concordar.
Sob a holding da Caixa Seguridade, estariam, conforme fontes, a Caixa Seguros que atua em seguros, previdência, consórcio, capitalização e saúde; a Pan Seguros e sua corretora (ambas do ex-Panamericano e que foram adquiridas pela Caixa e pelo BTG Pactual); a Par Corretora, que tentou emplacar um IPO, mas desistiu; A Previsul, especializada em seguro de vida; e a Tempo Dental, com foco em planos odontológicos. No ano passado, somente a Caixa Seguros registrou lucro líquido de quase R$ 1,7 bilhão, e R$ 9,6 bilhões em prêmios. No período, a rentabilidade sobre o patrimônio ficou em 35,9%.