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Cade pode barrar união de Liquigás e Ultragaz

Segundo o Estadão Conteúdo, dois conselheiros da instituição tentam viabilizar para aprovar a operação, mas a maioria do conselho estaria contra

Operação Ultragaz/Liquigás, de R$ 2,8 bilhões, faz parte do plano de desinvestimentos da Petrobrás e une as duas líderes do mercado de GLP (Divulgação/Divulgação)

Operação Ultragaz/Liquigás, de R$ 2,8 bilhões, faz parte do plano de desinvestimentos da Petrobrás e une as duas líderes do mercado de GLP (Divulgação/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 31 de janeiro de 2018 às 09h18.

Brasília / São Paulo - O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) deverá iniciar 2018 reprovando ou exigindo a venda de ativos para aprovar fusões apresentadas ao órgão.

Estão sendo negociados acordos entre empresas e o conselho em quatro operações, e a tendência é que pelo menos uma delas seja barrada: a compra da Liquigás, da Petrobrás, pela Ultragaz.

Segundo apurou o Estadão/Broadcast, dois conselheiros tentam viabilizar para aprovar a operação, mas a maioria do conselho estaria contra.

O Cade aguarda ainda uma oferta "mais robusta" das empresas para chegar a um acordo no processo que analisa a compra da Votorantim Siderúrgica pela ArcelorMittal.

As duas operações deverão ir a julgamento em 7 de fevereiro. O órgão tem até a primeira sessão do mês de março, no dia 14, para julgar ainda compra da Bayer pela Monsanto, e até o fim daquele mês para decidir sobre a compra da Itaú pela XP. Neste último caso, porém, ainda há a possibilidade de prorrogar a data por 90 dias.

A operação Ultragaz/Liquigás, de R$ 2,8 bilhões, faz parte do plano de desinvestimentos da Petrobrás e une as duas líderes do mercado de GLP.

O acordo negociado pela conselheira Cristiane Alkmin prevê o compartilhamento de bases de operação e a venda de marcas secundárias, como Tropigás e Novogás. Uma segunda opção aventada é vender a marca Liquigás.

No entanto, uma regra da Agência Nacional do Petróleo (ANP) impede que uma empresa use o botijão de outra concorrente - o quepode inviabilizar a venda de marcas, pois isso exigiria a recompra de milhões de botijões pelo País. Seria caro e demorado entregar os botijões com a grafia da empresa vendida para quem comprar uma fatia do negócio.

Por isso, tanto a relatora quanto outros conselheiros estariam preocupados com a viabilidade de aplicar "remédios" para a operação. "Entendemos que remédios não são factíveis, e o caminho deve ser a reprovação", disse o advogado Ricardo Lara Gailard, representante da Copagaz, concorrente que se pronunciou no processo.

ArcellorMittal e Votorantim disseram que continuam colaborando com o Cade. A Bayer e a Monsanto disseram que esperam a aprovação o mais breve possível. Itaú, XP, Ultragaz e Liquigás não comentaram. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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