Negócios

Cade aprova compra do Playcenter pela Cacau Show. Veja quais são os planos da rede de chocolates

Cacau Show justificou que a aquisição faz parte da estratégia de expansão das atividades do grupo para outros mercados em que ainda não possuía atuação

Alê Costa, da Cacau Show, e Marcelo Gutglas, fundador do Grupo Playcenter: aquisição não teve valor de negociação divulgado (Cacau Show/Reprodução)

Alê Costa, da Cacau Show, e Marcelo Gutglas, fundador do Grupo Playcenter: aquisição não teve valor de negociação divulgado (Cacau Show/Reprodução)

Daniel Giussani
Daniel Giussani

Repórter de Negócios

Publicado em 17 de abril de 2024 às 11h23.

Última atualização em 17 de abril de 2024 às 14h03.

Foi aprovada a compra do Grupo Playcenter, de parques de diversões, pela Cacau Show, a maior rede de franquias do Brasil em número de lojas. A aquisição foi aceita pela Superintendência Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o órgão que garante a livre concorrência no país. 

No pedido, a Cacau Show justificou que a aquisição faz parte da estratégia de expansão das atividades para outros mercados em que ainda não possui atuação. No evento em que anunciaram a compra, em fevereiro, Alê Costa, dono da Cacau Show, falou que estava na hora da empresa apostar, além do cacau, também no show.

“Durante os nossos primeiros 35 anos de história, o cacau e o chocolate sempre estiveram presentes em nossa marca", diz Alê Costa, dono da Cacau Show. "Agora, e nos próximos anos, chegou o momento de enfatizarmos ainda mais o nosso 'show', que vai além do nosso produto”.

O valor da negociação não foi informado.

Quais são os próximos passos

A Cacau Show ainda mantém certo suspense sobre o que fará com a marca Playcenter. Hoje, o grupo de parque de diversões possui dois modelos de negócio em shoppings centers: os Playlands e o Playcenter Family.

A ideia, num primeiro momento, é que produtos e ativações da Cacau Show estejam à mostra nesses espaços. A empresa de chocolates deve adminsitrar, por exemplo, os quiosques de comidas desse lugar.

Leia também: Playcenter, Terra Encantada, Cidade da Criança: como estão os famosos parques de diversões do Brasil

Qual é o plano da Cacau Show no setor de parques de diversão

A Cacau Show está apostando cada vez mais na venda de experiências para agregar em seu faturamento. Recentemente, a empresa inaugurou uma montanha-russa dentro de uma de suas grandes lojas em Itapevi, na Grande São Paulo.

Além da montanha-russa, que chega a virar de ponta-cabeça, há um carrosel e um "trem-cinema", com cadeiras que se movem.

Somado a isso, foi divulgado recentemente que a Cacau Show construir um parque de 2 bilhões de reais em Itu, no interior de São Paulo. A informação é da Câmara de Vereadores da cidade. Segundo os vereadores, o parque temático vai ser instalado na Rodovia Castello Branco, entre os quilômetros 78 a 84,3 e deverá ser o maior da América Latina.

Recentemente, a empresa também comprou a fábrica da Chocolates Pan -- na ocasião, chegou a se especular que a empresa construiria um parque no local.

A aposta é reforçada agora com a aquisição do grupo Playcenter.

Qual a história do Playcenter

Playcenter

Um dos primeiros grandes parques de São Paulo, o Playcenter foi inaugurado em 1973, inspirado nas grandes operações de diversão dos Estados Unidos e da Europa. O responsável pela história do Playcenter é o engenheiro Marcelo Gutglas, que no final da década de 1960 trazia para o Brasil os fliperamas, inspirado por visitas a um parque de diversões em Nápoles, na Itália. 

Do dia da sua inauguração, até o seu fechamento em 29 de julho de 2012, o parque contabilizou a visita de mais de 60 milhões de pessoas. Muitas delas iam de excursões que partiam de várias regiões, cidades vizinhas e até outros Estados. 

No início de sua história, o mix de atrações era composto por atrações mais simples. Com o passar dos anos, as atrações tecnológicas foram chegando. O Playcenter chegou e ter grandes sucessos como:

  • Monga
  • Montanha Encantada
  • Colossus
  • Roda Panorâmica
  • Maria Fumaça
  • Sombras Mágicas
  • “Castelo Mal Assombrado
  • La Bamba

Um dos grandes eventos da empresa eram as “Noites do Terror”. Elas começaram em 1988 e se tornaram um grande sucesso, permanecendo no calendário fixo de eventos do Playcenter até o seu último ano de funcionamento.

Playcenter

Brinquedo La Bamba do Playcenter. (Playcenter/Divulgação)

A crise no parque começou em 1995. Naquele ano, um acidente num dos brinquedos sacudiu a reputação da empresa. Com isso, Gutglas vendeu parte das ações do parque para a GP Investimentos, que criou futuramente o Hopi Hari. Em 2002, Gutglas retomou o controle do Playcenter e iniciou uma reestruturação, que incluiu uma reforma completa no parque em 2005. 

Em 2010, 15 pessoas ficaram feridas no acidente envolvendo dois carros da montanha-russa Looping Star. Em outro acidente, desta vez no Double Shock, algumas pessoas ficaram feridas em 2011. 

Além disso, a localização também impactou no fim do parque. Inicialmente concebido em uma área industrial, sem muitos vizinhos, o Playcenter com o passar dos anos foi “engolido” pela cidade, que passou a não mais comportar um parque daquele porte em área urbana. O antigo terreno onde funcionou o Playcenter atualmente abriga prédios comerciais, um residencial, empresas e estacionamentos. Já alguns brinquedos foram parar em outros parques de diversão.

Hoje, a Playcenter tem outras operações de diversões, principalmente em shoppings centers com os nomes Playland

Acompanhe tudo sobre:Cacau ShowParques de diversões

Mais de Negócios

A Paderrí quer ver os brasileiros comendo brioches — e já fatura R$ 90 milhões

CloudWalk levanta R$ 2,7 bilhões em maior FIDC da história da empresa

Como a nova safra de apps de namoro quer mudar experiência do usuário?

Como Elon Musk, o homem mais rico do mundo, ganha (e gasta) fortuna bilionária