Cachorros no trabalho: presença de pets pode diminuir o nível de estresse até para quem não tem bichinhos em casa (ThinkStock/alkir)
Da Redação
Publicado em 6 de setembro de 2016 às 14h31.
Com um crescente corpo de pesquisa sugerindo que um escritório amigável aos cachorros poderia provocar um impacto real sobre o bem-estar e a produtividade dos funcionários, não é de se estranhar que mais empresas estejam dando as boas-vindas aos amigos peludos no local de trabalho.
Primeiro, um pouco de contexto. No que talvez seja o estudo mais famoso sobre cachorros no ambiente de trabalho, pesquisadores do Centro de Interação entre Seres Humanos e Animais, da Universidade da Comunidade de Virgínia (VCU, na sigla em inglês), concluíram que a presença de cães no escritório gerava um amplo leque de benefícios tanto para os donos dos animais quanto para os colegas sem bichos de estimação.
O estudo, publicado em uma edição de 2012 do International Journal of Workplace Health Management, analisou a Replacements, uma empresa de serviços de manufatura em Greensboro, Carolina do Norte, onde dezenas de cachorros estão presentes em um dia comum.
A pesquisa concluiu que os funcionários que levavam seus cachorros para o trabalho tinham níveis de estresse significativamente menores durante a jornada de trabalho e que uma parte considerável dos colegas que não tinham bichos de estimação considerava que a presença dos cachorros gerava um impacto positivo também sobre a produtividade deles.
Esses resultados foram coerentes em diversos tipos de departamentos, das áreas administrativas tradicionais, com vendas e marketing, aos setores operacionais, como a fabricação.
O estudo da VCU também defende a ideia de que os cachorros poderiam ajudar a inspirar conceitos tão repetidos como colisão e cooperação.
“Quando havia cachorros no escritório, descobrimos que pessoas que normalmente não conversariam entre si se falavam e que, de repente, existia uma conexão e o sentimento de que elas faziam parte de uma equipe”, disse Randolph Barker, Ph.D., professor de gestão da Faculdade de Administração da VCU e um dos autores do estudo. “O cachorro se torna um lubrificante social”.
Outros estudos respaldam a noção de que os cachorros são um alívio natural do estresse.
“Os animais reduzem a atividade no eixo hipotalâmico-hipofisário-adrenal, que é nosso principal sistema de reação ao estresse”, disse Evan MacLean, Ph.D., professor assistente de antropologia da Universidade do Arizona que estuda a relação entre seres humanos e cachorros.
“O estresse pode ter um amplo leque de impactos negativos sobre a cognição, o humor e as relações interpessoais. Manter esse sistema em ordem é fundamental para estar nas melhores condições para ser criativo, produtivo e interagir”.
Sem dúvida, um escritório onde nossos companheiros caninos correm soltos também seria extremamente improdutivo. Barker diz que as organizações precisam administrar a presença dos bichos de estimação com eficácia.
Isso significa conversar com os funcionários antes que as portas do escritório sejam abertas para os cachorros e acomodar as pessoas que possam ter alergias ou fobias.
Conceder aos funcionários a possibilidade de levar seus bichos de estimação para o trabalho também poderia ser uma intervenção de baixo custo para promover o bem-estar ou um eficiente benefício no momento de contratar novos empregados, diz Barker.
E, se é possível acreditar na pesquisa, as vantagens de um escritório amigável aos cachorros poderiam compensar os ajustes necessários para receber nossos amigos de quatro patas.