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Cabral tentou intermediar compra da Rica pela JBS, diz executivo

Investigações apontam que o ex-governador do Rio alegou interesse do estado na transação, que já havia sido suspensa pelas duas empresas

Cabral: o negócio, segundo ele, seria uma forma de ajudar na recuperação financeira da Rica, empresa local que gera empregos e que estava falindo (Valter Campanato/Agência Brasil)

Cabral: o negócio, segundo ele, seria uma forma de ajudar na recuperação financeira da Rica, empresa local que gera empregos e que estava falindo (Valter Campanato/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de abril de 2017 às 14h08.

Rio - O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, ouviu nesta quarta-feira, 5, o executivo da empresa de carnes JBS Gilberto Tomazoni, arrolado pela defesa do empresário Luiz Alexandre Igayara.

Um dos sócios controladores da Frangos Rica, Igayara é acusado de lavar dinheiro do esquema de corrupção liderado pelo ex-governador do Rio Sergio Cabral (PMDB).

As investigações mostraram que Cabral tentou intermediar a compra da Rica pela JBS, em 2014. O negócio já havia sido descartado pela empresa, uma vez que as partes não haviam entrado em consenso quanto ao valor que a Rica valia.

Tomazoni disse que o ex-governador alegou interesse do Estado na transação. O negócio, segundo ele, seria uma forma de ajudar na recuperação financeira da Rica, empresa local que gera empregos e que estava falindo (atualmente encontra-se em recuperação judicial).

"O negócio apresentado para nós seria de interesse do Estado. Como todos os Estados fazem. Há sempre interesse, porque a avicultura é uma atividade que gera nível de emprego grande. (O objetivo de Cabral) foi essa reaproximação e tentar ver se tinha como as empresas fazerem negócio, o que acabou não ocorrendo", declarou Tomazoni.

O executivo disse que o contato de Cabral foi com Joesley Batista, um dos controladores da JBS. "Joesley falou que parecia que a Rica estava em outro momento, que o ex-governador Cabral o procurou e disse que seria importante para o Rio de Janeiro desenvolver a atividade de frango. Assim foi feito. Visitamos a operação dele (Igayara) e novamente o negócio não se mostrou viável."

Em novembro, Igayara foi conduzido coercitivamente a depor no âmbito da operação Calicute da Polícia Federal, cujo alvo principal foi Cabral.

Para tentar provar que ele não lavou dinheiro para o ex-governador, a defesa tenta arrolar como testemunha o advogado Thiago Aragão, ex-sócio de Adriana Ancelmo, mulher de Cabral. O juiz Bretas indeferiu a convocação.

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