Silos da Bunge: companhia eliminou cargos e unificou as operações no Brasil (.)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h38.
Após anunciar ontem a seus executivos o passo mais importante na integração da companhia no país, como antecipou o Portal Exame (clique aqui para ler a reportagem), com a extinção dos cargos de presidente da Bunge Alimentos e da Bunge Fertilizantes, o grupo se prepara para anunciar uma nova estrutura de diretores. A integração das duas estruturas, que operavam separadamente sob o comando de Sérgio Waldrich e Mário Barbosa, respectivamente, está em fase final de avaliação com a ajuda das consultorias AT Kearney, Bain e Gradus. Segundo fontes próximas à companhia, num primeiro momento, os executivos que se reportavam diretamente tanto a Waldrich quanto a Barbosa permanecem na empresa. A grande mudança deverá acontecer no terceiro nível de executivos - onde há mais duplicidade de tarefas.
Em reunião interna, o grupo anunciou ontem que os executivos Sérgio Waldrich, da Bunge Alimentos, e Mário Barbosa, da Bunge Fertilizantes, deixam suas funções executivas e passam a ocupar apenas uma vaga no conselho consultivo da companhia. Procurada, a empresa confirmou a extinção dos cargos de Waldrich e Barbosa, mas não deu entrevista.
O principal objetivo da mudança é que a empresas deixem de funcionar como companhias independentes e passem a trabalhar como negócios complementares. O movimento nessa direção começou a ser delineado no dia 11 de janeiro deste ano, com a contratação do ex-ministro Pedro Parente para ser o primeiro ocupante de um posto que até então não existia -- presidente da Bunge Brasil, holding do grupo no País. Até então Waldrich, da Bunge Alimentos, e Barbosa, da Bunge Fertilizantes, respondiam diretamente ao brasileiro Alberto Weissner, presidente da Bunge Limited, com sede em White Plains, Nova York.
O Bunge atua na área de grãos e fertilizantes, e vem ampliando seus negócios no setor sucroalcooleiro - que passou a compor uma terceira vertente de negócios para o grupo. No passo mais importante neste direção, o Bunge anunciou a compra do grupo usineiro Moema no final de 2009.
Em janeiro, o grupo também reestruturou seus negócios de fertilizantes, ao vender à Vale 100% das ações da Bunge Participações e Investimentos (BPI), empresa com ativos e participações em empresas de fertilizantes no Brasil, por 3,8 bilhões de dólares. Com a compra, a Vale assumiu o controle da Fosfértil, passando a deter 42,3% no capital total da Fosfértil e minas de fosfato e usinas de processamento do Bunge. A transação não envolveu, no entanto, os negócios de varejo ou distribuição de fertilizantes - e o grupo continuou dono de marcas como Manah, Serrana e Ouro Verde de forma a continuar suas operações no varejo brasileiro de fertilizantes.