Bunge Alimentos: processamento de soja em uma de suas fábricas (IVSON/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 30 de novembro de 2010 às 17h03.
São Paulo - Um ano depois de fechar a unidade de processamento de soja em Ponta Grossa, no sul do Paraná, a Bunge Alimentos avalia reabrir a fábrica, em meio a uma maior demanda por óleo do setor de biodiesel e boas margens para a produção de farelo.
"Existe a intenção (de reabrir a fábrica), mas não tem nada confirmado", limitou-se a dizer uma porta-voz da Bunge nesta terça-feira.
Um representante da Bunge se reuniu nesta terça-feira com o prefeito de Ponta Grossa, Pedro Wosgrau Filho, para discutir o assunto e tratar sobre incentivos municipais para a reabertura da unidade, além da instalação de uma fábrica de margarina, que empregaria cerca de 700 pessoas.
A subsidiária da gigante norte-americana é uma das líderes no setor do agronegócio no Brasil, tendo comercializado em 2009 21 milhões de toneladas de soja, trigo, milho, caroço de algodão, sorgo, girassol e açúcar, segundo informa a companhia em seu Relatório de Sustentabilidade.
Embora a companhia não confirme o retorno para Ponta Grossa, situada no Estado que é o segundo produtor de soja do Brasil e com boa condição logística para exportação pelo Porto de Paranaguá, o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Moagem de Soja e Óleos alimentícios afirma que a empresa já iniciou a contratação de funcionários para a reabertura da fábrica de soja da cidade.
O presidente do sindicato Jorge Luís Pitela disse que 50 trabalhadores já foram contratados para atuar na limpeza e reativação dos equipamentos.
"A produção vai largar em janeiro", declarou ele, ressaltando que a fábrica voltará a operar com a soja da nova safra. O foco seria a produção de óleo para biodiesel, segundo o sindicalista.
De acordo com Pitela, a fábrica com capacidade de moagem de 3 mil toneladas por dia voltaria a operar processando no mínimo 1.500 toneladas.
Ponta Grossa é também um polo de processamento da soja, abrigando fábricas de outras multinacionais do setor como Cargill e Louis Dreyfus, segundo Pitela.
Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura, a companhia ainda aguarda para se manifestar sobre o assunto esperando um posicionamento do governo do Estado sobre uma negociação relacionada a créditos tributários.
A reabertura da unidade paranaense poderá ampliar a atuação da Bunge no setor, que tem demandado cada vez mais óleo para a produção de biodiesel no país. Além disso, a demanda para a produção de farelo de soja está aquecida, com o setor de carnes exigindo grandes volumes para a produção de ração.
No ano passado, a companhia já havia reforçado sua atuação no esmagamento de soja no Brasil ao inaugurar uma fábrica no município de Nova Mutum, em Mato Grosso, o maior produtor brasileiro da oleaginosa, com um investimento de 150 milhões de reais.
A unidade de Nova Mutum, com capacidade para esmagar 1,3 milhão de toneladas de soja por ano, é a segunda maior unidade de industrialização de soja da Bunge no Brasil, atrás apenas da de Rondonópolis, também em Mato Grosso.