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Bunge deixa portas abertas para venda em meio a corte de gastos

A Bunge revelou um plano de cortes de custos e reestruturação no mês passado que poderá reduzir os gastos em 250 milhões de dólares até o fim de 2019

Bunge: a empresa e suas rivais foram atingidos por um excedente de safras após quatro anos de colheitas recordes (IVSON/Divulgação)

Bunge: a empresa e suas rivais foram atingidos por um excedente de safras após quatro anos de colheitas recordes (IVSON/Divulgação)

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Reuters

Publicado em 2 de agosto de 2017 às 17h24.

São Paulo - A norte-americana de commodities agrícolas Bunge manteve a porta aberta sobre a venda da companhia nesta quarta-feira, à medida que reportou uma queda de 34 por cento no lucro trimestral e reduziu suas perspectivas para o ano inteiro, mas seu presidente disse que os cortes de gastos planejados deverão ajudar a melhorar o desempenho.

A trading de commodities agrícolas, que rejeitou uma abordagem de sua rival Glencore em maio, avaliará o melhor caminho, disse o presidente-executivo, Soren Schroder, a analistas durante uma teleconferência, quando questionado se vender a companhia era uma opção.

A Bunge revelou um plano de cortes de custos e reestruturação no mês passado que poderá reduzir os gastos em 250 milhões de dólares até o fim de 2019.

A companhia e suas rivais Archer Daniels Midland, Cargill e Louis Dreyfus, conhecidas como o "ABCD" das operações globais de grãos, foram atingidos por um excedente de safras após quatro anos de colheitas recordes ao redor do mundo.

Alguns analistas esperam que o segundo trimestre consecutivo de resultados fracos da Bunge encoraje uma nova abordagem da Glencore, enquanto outros acreditam que a reestruturação poderia dar à companhia tempo para entregar o crescimento prometido.

Apesar da previsão mais corajosa para o restante do ano, a Bunge reduziu pelo segundo trimestre seguido sua estimativa de lucros do ano todo para seu negócio agrícola e suas unidades de alimentos e ingredientes.

"Estamos otimistas sobre um segundo semestre muito melhor, mas alguns contraventos do mercado vão persistir", disse Schroder.

O segundo trimestre foi marcado por vendas mais lentas de produtores na América do Sul e um difícil mercado de exportação, uma vez que a ampla oferta global e as compras diretas por importadores limitaram as oportunidades de trading.

A companhia vendeu 36,2 milhões de toneladas de grãos e outras commodities em seu agronegócio no segundo trimestre, mas o lucro bruto do segmento caiu em mais da metade, para 157 milhões de dólares.

Nesta quarta-feira, a companhia cortou sua meta de lucro do ano todo para seu negócio agrícola para entre 550 milhões e 650 milhões de dólares, ante 800 milhões a 925 milhões no primeiro trimestre, e sua meta de lucro da unidade de alimentos e ingredientes para entre 210 milhões e 230 milhões de dólares, ante 245 milhões a 265 milhões de dólares.

O lucro líquido atribuível aos acionistas caiu para 72 milhões de dólares, ou 51 centavos por ação, no trimestre, ante 109 milhões de dólares, ou 78 centavos por ação, há um ano.

As ações da Bunge caíram 0,5 por cento a 77,73 dólares após abrirem em alta nesta quarta-feira.

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