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Bumble corta 30% da equipe em meio à crise nos apps de namoro. A meta? Atrair a Geração Z

Buscando pelo apelo da geração Z, aplicativos de namoro investem em mudanças estruturais para melhorar a experiência de usuário e construir conexões reais

Whitney Wolfe Herd: CEO afirma que crescimento de usuários não necessáriamente implica na melhora do aplicativo.  (Kristen Kilpatrick/Bumble/Divulgação)

Whitney Wolfe Herd: CEO afirma que crescimento de usuários não necessáriamente implica na melhora do aplicativo. (Kristen Kilpatrick/Bumble/Divulgação)

Estela Marconi
Estela Marconi

Freelancer

Publicado em 26 de junho de 2025 às 09h12.

A Bumble anunciou o corte de cerca de 240 funcionários, o equivalente a 30% da equipe, em meio a uma crise nos aplicativos de namoro. Segundo a CEO Whitney Wolfe Herd, em uma carta enviada aos funcionários na quarta-feira, 25, a empresa — assim como toda a indústria — está em um ponto de "inflexão".

“A realidade é que precisamos tomar uma ação decisiva para reestruturar e construir uma empresa resiliente, intencional e preparada para a próxima década”, escreveu ao anunciar as demissões.

A decisão ocorre após anos de desaceleração do crescimento e queda das ações no setor. Segundo reportagem do Wall Street Journal, as empresas de namoro online estão em uma batalha para atrair a Geração Z, que perdeu o interesse na modalidade de relacionamento. Essa tendência está forçando as plataformas a mudarem suas funcionalidades, reformular sua imagem de marketing e encontrar outras formas de conquistar o público jovem.

Ajustes estratégicos e novo público

Wolfe Herd ressaltou que o objetivo é voltar a uma mentalidade de startup, tornando a Bumble mais rápida, decisiva e ágil. O foco está em lançar produtos com mais velocidade para melhorar a experiência dos usuários que desde a pandemia, quando as empresas registraram um grande crescimento de cadastros, têm enfrentado frustrações com o uso dos apps.

“Apps de namoro não funcionam como redes sociais, onde mais pessoas e conteúdo melhoram automaticamente o produto”, disse Wolfe Herd durante uma ligação com investidores. “O que aprendemos é que adicionar mais perfis não garante melhores matches. Na verdade, pode causar o oposto: mais incompatibilidades, mais perfis falsos ou de baixa qualidade e uma experiência frustrante.”

A reestruturação também ocorre no Tinder

O maior concorrente da Bumble, o Match Group — responsável pelo Tinder e Hinge — também tem reduzido seu quadro. Em maio, a empresa cortou 13% dos funcionários, eliminou níveis de gestão e apostou em times menores focados no desenvolvimento de produtos.

Spencer Rascoff, CEO do Match Group, afirmou que o Tinder é como se fosse um bar precisando de reforma. Seu objetivo é afastar a imagem de um app de encontros casuais e criar uma plataforma mais amigável e descontraída para os jovens, incluindo recursos para facilitar encontros em grupo.

“Precisamos inovar para atrair mais pessoas ao nosso estabelecimento”, disse.

Equipes menores no Match Group ajudarão a lançar novos recursos com mais facilidade, afirmou Rascoff em entrevista ao Journal.

“Os funcionários têm mais autonomia porque podem causar mais impacto”, afirmou. “Não se trata de dar a uma pessoa o trabalho de três, mas de posicioná-la para que possa ter maior impacto e, então, cobrar responsabilidade.”

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