Warren Buffett: carta anual mostrou falta de ânimo com ativos, e nada comentou da tacada deste começo de ano (Christopher Goodney/Bloomberg via/Getty Images)
Warren Buffett sinalizou neste sábado, 26, que vai manter uma estratégia mais contida de investimentos, lamentando a falta de boas oportunidades para aplicar o dinheiro da Berkshire Hathaway, que hoje está avaliada em US$ 690 bilhões.
Em sua carta anual lida aos acionistas da Berkshire, o bilionário de 91 anos também expressou forte confiança nos atuais investimentos do grupo, dizendo que sua ênfase em investir em negócios fortes e ações beneficia investidores com foco similar de longo prazo.
"As pessoas que estão confortáveis com seus investimentos, em média, alcançarão melhores resultados do que aquelas motivadas por manchetes, conversas e promessas em constante mudança", escreveu Buffett.
Em resumo, o tom do discurso foi o de observar os riscos de mudanças na política mundial, terrorismo e ataques cibernéticos, mantendo a Berkshire numa posição cautelosa.
Em 2020 e 2021, a Berkshire Hathaway aumento seu valor de mercado ao recomprar US$ 51,7 bilhões de suas próprias ações. "Hoje, as oportunidades internas oferecem retornos muito melhores do que as aquisições", escreveu ele.
Investidores leem a carta de Buffett todo início de ano para entender a sua estratégia para dirigir o conglomerado — e para se deleitar com a sabedoria popular do bilionário sobre a vida e os investimentos.
Essa tarefa se complicou nos últimos anos. Ativos com múltiplos caros atrapalham uma das vias favoritas de Buffett para usar o capital: aquisições. E a Berkshire não tem conseguido empregar seu capital com tanta rapidez.
A situação levou a algumas mudanças. Buffet e seu parceiro de longa data, o vice-presidente do conselho, Charlie Munger, chegaram às ações de tecnologia “como um recém-nascido que é arrastado para isso”, disse Munger em entrevista ao Yahoo! Finance.
Mas hoje em dia a Apple configura como maior aposta da Berkshire no mercado acionário. Essa participação na Apple valia US$ 157,5 bilhões no final de 2021, aproximadamente 3,5 vezes o valor de seu segundo maior investimento, no Bank of America.
O lucro operacional aumentou 25% para um recorde de US$ 27,46 bilhões, com mais de um terço da ferrovia BNSF e da Berkshire Hathaway Energy, apesar das interrupções na cadeia de suprimentos do COVID-19. No quarto trimestre, o lucro operacional cresceu 45%.
O lucro líquido do ano mais que dobrou para um recorde de US$ 89,8 bilhões, impulsionado pelos ganhos da Apple Inc (AAPL.O) , Bank of America Corp (BAC.N) , American Express Co (AXP.N) e outras ações na vasta carteira de investimentos.