Oi: empresa poderá trocar o administrador de sua recuperação judicial, segundo fontes (Nacho Doce/Reuters)
Luiza Calegari
Publicado em 7 de novembro de 2016 às 13h39.
O Grupo BTG Pactual, a Alvarez & Marsal e o Consórcio Oi estão entre os candidatos a assessorar a operadora de telefonia brasileira Oi em sua reestruturação de US$ 20 bilhões em dívidas, segundo pessoas com conhecimento do assunto.
Nenhum candidato foi selecionado até o momento para substituir a PJT Partners como assessor da Oi, enquanto a empresa ganha tempo para desenvolver um novo plano de reestruturação, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas porque as discussões são privadas.
O BTG é ex-acionista da Oi e assessorou a companhia no ano passado quando ela estava estudando uma combinação com a Tim Participações.
O Consórcio Oi é um grupo que inclui o banco de investimento ACGM, com sede em Nova York, os escritórios de advocacia Felsberg Advogados e Morrison & Foerster, a consultoria em reestruturações Íntegra Associados e dois experientes executivos do setor de telefonia -- João Cox, ex-chefe da unidade brasileira da América Móvil, a Claro, e Mário César Araújo, ex-presidente da Tim.
A Oi, que desde junho está operando em meio a um processo de recuperação judicial, está buscando uma assessoria financeira com mais experiência em termos de legislação brasileira para ajudar nas negociações com os detentores de títulos e poderá cortar laços com a PJT, disse o CEO Marco Schroeder a jornalistas em uma conferência em São Paulo, em 20 de outubro.
“Começamos a negociar com os detentores de títulos no fim do ano passado e a nossa situação era bem diferente”, disse Schroeder na ocasião, acrescentando que “agora que estamos em um processo de recuperação judicial, é natural que procuremos uma assessoria financeira que entenda muito bem as questões legais.”
A Oi, o BTG e o Consórcio Oi não quiseram comentar. A Alvarez & Marsal se recusou a confirmar se está concorrendo pelo negócio.
O BTG ajudou a JBS, maior produtora de carne bovina do mundo, nas discussões com detentores de títulos do frigorífico Independência, firma que a JBS comprou em janeiro de 2013.
Investidores como o bilionário egípcio Naguib Sawiris e o hedge fund Elliott Management, de Paul Singer, mostraram interesse na Oi. Sawiris vem trabalhando com detentores de títulos representados pela Moelis & Co. em uma possível proposta pela operadora de telefonia.