Loja da Vivo em São Paulo: Brasil tornou-se estratégico para sustentar os resultados da economia dos dois países ibéricos (.)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.
Brasília - A queda de braço entre Telefónica e Portugal Telecom pela Vivo - maior operadora de telefonia celular do País - revela o "peso de ouro" que o Brasil passou a ter para as economias da Espanha e de Portugal. Num momento em que os dois países enfrentam dificuldades econômicas, o Brasil, em franco crescimento, tornou-se estratégico para sustentar os resultados não só desses grupos de telecomunicações, mas também da economia dos dois países.
É por isso que a Telefónica está disposta a pagar mais de 100% de ágio para adquirir o controle total da Vivo e a Portugal Telecom resiste tanto em vender o ativo, usando inclusive o polêmico instrumento da golden share para impedir o domínio dos espanhóis na operadora brasileira - apesar de 74% dos acionistas terem votado a favor do grupo espanhol na assembleia realizada no último dia 30. Hoje, as duas operadoras dividem o controle da Vivo.
Dados do Banco Central (BC) revelam que a dificuldade econômica europeia tem sugado lucros de multinacionais instaladas no Brasil, para cobrir prejuízos das matrizes. E o centro desse fenômeno envolve, justamente, os países que estão disputando a operadora de celular Vivo. Filiais brasileiras de companhias espanholas, por exemplo, aumentaram a remessa de lucros em 39% no último ano. Esse comportamento fez com que a Espanha ultrapassasse os Estados Unidos, ficando em segundo lugar no ranking de países que mais recebem lucros do Brasil. De janeiro a maio, esse valor chegou a US$ 1,16 bilhão.
Em Portugal, a situação é semelhante: em todo o ano de 2009, o país ocupava a modesta posição de 16º destino das transferências brasileiras. Em 2010, o volume cresceu 1.320%, para US$ 142 milhões entre janeiro e maio. Com isso, Portugal já é o 11º destino das remessas. Para a Portugal Telecom, por exemplo, o Brasil já é mais importante que a própria operação portuguesa. No primeiro trimestre de 2010, o Brasil contribuiu com 51,7% das receitas globais da companhia. No mesmo período, a matriz respondeu por 45%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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