BRF: "A empresa está mobilizada para prestar todos os esclarecimentos à sociedade" (Adriano Machado/Bloomberg)
Estadão Conteúdo
Publicado em 5 de março de 2018 às 20h49.
São Paulo - A BRF divulgou nesta noite de segunda-feira, 5, um novo e mais completo comunicado sobre a Operação Trapaça, da Polícia Federal, na qual a companhia é suspeita de burlar laudos sobre a presença de salmonela em seus produtos para a exportação para determinados países. "A empresa está mobilizada para prestar todos os esclarecimentos à sociedade", diz, na nota.
A BRF afirma que segue normas e regulamentos brasileiros e internacionais referentes à produção e comercialização de seus produtos. "Com base nos documentos disponíveis, a BRF entende que nenhuma das frentes de investigação da Polícia Federal diz respeito a algo que possa causar dano à saúde pública", ressalta.
Em relação às denúncias até então divulgadas, a empresa diz que sobre salmonela do tipo Pullorum, citada pela PF em relação à produção em Carambeí (PR), "é essencialmente de aves e não causa nenhum dano à saúde humana". A empresa diz ainda que segue todos os monitoramentos estabelecidos pelo Plano Nacional de Sanidade Avícola (PNSA) e Instrução Normativa nº 20.
Sobre o lote de 46 mil pintos de um dia citado na acusação, a companhia diz que foram realizadas análises microbiológicas que não identificaram presença da bactéria S. Pullorum. Porém, ela foi identificada em matrizes e lotes de frango de corte no mesmo período em Carambeí. "Os resultados dessas análises foram devidamente notificados ao Serviço Veterinário Estadual e ao Serviço de Inspeção Federal, como determina a legislação", afirma. A empresa diz ainda que o ofício foi encaminhado no dia 18 de abril de 2016 ao Serviço Estadual. "Outros 28 ofícios relacionados ao assunto foram encaminhados ao Serviço Federal", afirma.
Em relação às citações envolvendo o composto "premix", que é adicionado como complementação às rações animais, a alimentícia diz que suas fábricas que produzem o produto são registradas e certificadas pelo ministério e passam por fiscalização constantemente.
"A última auditoria do MAPA na BRF ocorreu em outubro de 2017, e todos os parâmetros estavam devidamente dentro das normas", diz.A BRF afirma ainda que os e-mails revelados pela investigação em curso são de três anos atrás. "O teor das mensagens está sendo investigado pela empresa", salienta.
Por fim, sobre a ex-funcionária Adriana Marques Carvalho, autora da ação trabalhista que serviu como parte das provas da investigação, a BRF afirma que as denúncias feitas por ela "foram tomadas com seriedade pela companhia, e medidas técnicas e administrativas foram implementadas para aprimorar seus procedimentos internos".