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BRF: prejuízo do 1º tri foi afetado por operação financeira de R$ 176 mi

Empresa reportou prejuízo líquido de R$ 114 milhões, 60,2% menor do que o obtido em igual período do ano passado, de R$ 286 milhões

BRF: apesar da dívida, CEO acredita que empresa tem uma "robusta liquidez" (BRF/Divulgação)

BRF: apesar da dívida, CEO acredita que empresa tem uma "robusta liquidez" (BRF/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de maio de 2018 às 16h35.

São Paulo - A empresa de alimentos BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, teve o resultado financeiro do primeiro trimestre de 2018 comprometido por uma operação financeira de swap de ações, realizada no terceiro trimestre de 2017, disse o CEO interino da BRF, Lorival Luz, em teleconferência nesta sexta-feira, 11.

"Se não fosse essa transação absolutamente financeira, com R$ 176 milhões de prejuízo, a companhia teria um lucro líquido positivo" nos primeiros três meses deste ano, afirmou o executivo.

Em balanço divulgado na quinta-feira, 10, após o fechamento do mercado, a BRF reportou prejuízo líquido de R$ 114 milhões registrado primeiro trimestre de 2018. O prejuízo é 60,2% menor do que o obtido em igual período do ano passado, de R$ 286 milhões.

Com relação ao nível de alavancagem da empresa, Luz destacou que não deseja continuar no nível de 4,4 vezes em dívida líquida por Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização). "Nosso direcionamento de alavancagem é caminhar para 3 vezes a dívida líquida por Ebitda", projetou ele para o decorrer do ano.

Apesar da dívida, o CEO acredita que a BRF tem uma "robusta liquidez", em razão do caixa de R$ 7,3 bilhões apontado no balanço financeiro, além do chamado revolving credit facility (crédito rotativo) de US$ 1 bilhão.

"Nesse trimestre, o fluxo de caixa livre ainda é negativo em R$ 238 milhões, mas comparado com o mesmo período do ano anterior, tivemos uma melhora representativa de R$ 1,4 bilhão", afirmou Luz.

Ainda em virtude da liquidez, o executivo frisou aos participantes que não existe nenhuma discussão sobre capitalização para a companhia em curso. "As coisas estão acontecendo paulatinamente. Não existe nenhuma deliberação ou definição mais focada em desinvestimento de ativos operacionais", acrescentou.

Adaptação

O CEO interino da BRF disse também que a empresa, assim como o mercado em geral, terá que se adequar nos próximos meses à dinâmica de preços de grãos e oferta de commodities como milho e farelo de soja.

Segundo o executivo, a companhia monitora a quebra de safra na Argentina, as questões climáticas no Brasil, com possível efeito negativo para a safrinha, e ainda observa o conflito entre Estados Unidos e China. "Essa conjuntura deve gerar algum impacto negativo para a companhia no segundo trimestre", estimou.

Com relação à Argentina, a empresa acredita em uma quebra de 24% para o milho e 34% para a soja. Já no Brasil, a expectativa é de que a volatilidade cambial também gere efeito sobre os preços dos grãos e, com isso, o custo da ração tende a ser maior durante o segundo trimestre de 2018, tanto no comparativo anual quanto no trimestral.

Sobre o cenário doméstico, Luz ressaltou que houve uma elevação nos preços dos produtos durante o quarto trimestre do ano passado, principalmente em embutidos, que gerou perda de market share.

"Quando você faz um ajuste em preços, as vendas são pressionadas e há um tempo para o mercado acompanhar integralmente", explicou.

Em balanço financeiro divulgado na quinta, a BRF destacou o aumento na oferta local e queda de 14,5% no preço médio do frango inteiro durante o primeiro trimestre de 2018, em relação ao igual período do ano anterior. Além disso, o alojamento de frango recuou 1,3%.

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