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BRF espera sinergias de 100 milhões de reais no 2º semestre

Empresa diz que fará o que for preciso para a aprovação no Cade, e que espera resolver o problema na esfera administrativa

BRF: empresa aposta em negociação para aprovar fusão no Cade  (Joel Rocha/ Exame)

BRF: empresa aposta em negociação para aprovar fusão no Cade (Joel Rocha/ Exame)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h11.

São Paulo - Enquanto luta para que a fusão entre a Sadia e a Perdigão, da qual nasceu a Brasil Foods, seja aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o CEO da companhia, José Antonio do Prado Fay, trabalha para capturar mais sinergias da operação conjunta. No segundo semestre, a empresa espera sinergias de 100 milhões de reais.

A informação foi dada nesta segunda-feira (16/8), em teleconferência de divulgação de resultados (leia a cobertura). "A sinergia nesse primeiro semestre ainda não apareceu; vai aparecer no segundo", disse Leopoldo Saboya, diretor financeiro e de relações com investidores da BRF.

O valor das sinergias (de 100 milhões de reais) seria contrabalançado pelas despesas no ano, que também devem atingir um valor semelhante, segundo a empresa. A BRF informou que ainda está procurando entender como essa sinergia esperada para o segundo semestre de 2010 poderia se refletir no seu resultado anual.

Tempo para aparecer

Segundo relatório da Itaú Corretora assinado por Juliana Rozenbaum e Francine Martins, "as sinergias são significativas, mas com a aprovação (da fusão) (com restrições) deixada para 2011, vai demorar mais tempo para obter visibilidade sobre elas". O relatório afirma que os resultados da empresa no trimestre superaram as expectativas, como resultado de uma recuperação das margens mais forte do que o esperado.

A BRF não apresentou uma estimativa do prazo do Cade para o julgamento - que seria de 60 dias, mas pode demorar mais. A empresa destacou que o tempo é importante e que ela está "com tudo preparado" para realizar integralmente a fusão das operações. A empresa diz ter segurança de seus argumentos perante o conselho. "Nós acreditamos que podemos resolver isso na esfera administrativa, não temos nenhuma intenção de ir para a esfera judicial", disse Fay.

 


A Sadia e a Perdigão anunciaram em maio de 2009 a fusão das duas empresas. Atualmente a Sadia é subsidiária integral da BRF (atual denominação social da Perdigão) e as companhias manterão suas operações independentes até que o Cade se posicione sobre a fusão. Em junho de 2010, a Secretaria de Acompanhamento Econômico (SEAE), vinculada ao Ministério da Fazenda, aprovou a fusão com restrições. O processo aguarda no Cade.

Resultados

Dentre os resultados da empresa no segundo trimestre de 2010, Fay destacou o desempenho operacional, o crescimento no mercado interno e a recuperação nos principais mercados. No mercado interno, o faturamento atingiu 3,8 bilhões de reais, um aumento de 8%. Os volumes de exportações aumentaram 10% no trimestre e a receita totalizou 2,4 bilhões de reais.

A Brasil Foods fechou o segundo trimestre com lucro bruto de 1,5 bilhão de reais, 23% acima do registrado em igual período de ano anterior em base proforma. O resultado líquido no trimestre foi de132 milhões de reais. O valor é 72% inferior aos 476 milhões de reais do segundo trimestre de 2009.

A receita líquida foi de 5,5 bilhões de reais, 5% superior à do mesmo trimestre de 2009. A geração de caixa medida pelo ebitda chegou a 587 milhões de reais, valor 54% superior ante o mesmo trimestre de 2009. A margem de ebitda foi de 10,6%, uma variação de 340 pontos-base em relação ao segundo trimestre de 2009.

Semestre

No semestre, o lucro bruto foi de 2,8 bilhões de reais. O valor é 26% superior ao do mesmo semestre de 2009. O resultado líquido ajustado (desconsiderando a absorção do prejuízo fiscal relativo à incorporação da Perdigão Agroindustrial, ocorrida nos resultados do primeiro trimestre de 2009) foi de 184 milhões, valor 29% superior ao do primeiro semestre de 2009.

 


A receita bruta da BRF no primeiro semestre chegou a 12 bilhões de reais, valor 2% superior ao do primeiro semestre de 2009. O melhor desempenho ficou com o mercado interno, onde o faturamento cresceu 6%. O ebitda no semestre foi de 1 bilhão de reais - 84% superior ao do mesmo semestre de 2009. A margem ebitda do primeiro semestre de 2010 foi de 9,8%.

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