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BRF congela investimentos enquanto aguarda julgamento do CADE

Para presidente da companhia, seria muito amargo ter que vender a Sadia ou a Perdigão

José Antônio Fay, presidente da BRF: “Não acho que vão aprovar sem restrições" (Germano Lüders/EXAME.com)

José Antônio Fay, presidente da BRF: “Não acho que vão aprovar sem restrições" (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 13 de maio de 2011 às 19h22.

São Paulo – A BRF investiu 278 milhões de reais no primeiro trimestre de 2011. O ritmo de aplicação de recursos está aquém do planejado – a meta é investir, aproximadamente, 2 bilhões de reais nesse ano. O ritmo está mais lento enquanto a empresa aguarda o julgamento do CADE.

Se o processo no CADE se arrastar até o final do ano, a empresa não vai investir os 2 bilhões de reais, segundo José Antonio do Prado Fay, diretor presidente da Brasil Foods. “Se achamos que a operação pode ser aprovada, um remédio dessa magnitude (ter que vender uma das marcas, Sadia ou Perdigão) seria muito amargo para gente tomar”, diz Fay.

A empresa afirma que não tem condições de começar a se “autoflagelar” nesse momento, está aguardando uma posição de negociação. “O que não existe é uma proposta em cima da mesa para que a gente possa negociar”, disse Fay.

“Não acho que vão aprovar sem restrições, eu acho que poderia, mas não acredito que isso vá acontecer. Não acho impossível, mas acho improvável”, disse Fay. O julgamento é aguardado para o primeiro trimestre. 

Problema

Nesta semana, a procuradoria-geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) emitiu um parecer que ameaça barrar a fusão entre a Sadia e a Perdigão. O documento recomenda restrições mais fortes ou a reprovação do negócio. 

“O parecer da procuradoria não alterou em nada a vida da companhia”, disse Wilson Mello, vice-presidente de assuntos corporativos. “É um documento fora de hora, a procuradoria deveria se manifestar ao final do processo e não enquanto o processo ainda tem sua instrução, mas ok”, disse.

Em parecer, a Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae) do Ministério da Fazenda havia recomendado a aprovação da operação desde que seguidas uma de duas alternativas: a venda de um conjunto de marcas com preços mais baixos ou o licenciamento por cinco anos das marcas Sadia ou Perdigão. 

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