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Brexit, dívidas e rivais online levaram Thomas Cook à falência

Grupo britânico deu fim aos 178 anos de história, o que deixou aproximadamente 600 mil turistas retidos pelo mundo

Thomas Cook: entre os elementos que contribuíram para a queda, os especialistas indicam uma volumosa dívida de US$ 2,1 bilhões (Hollie Adams/Getty Images)

Thomas Cook: entre os elementos que contribuíram para a queda, os especialistas indicam uma volumosa dívida de US$ 2,1 bilhões (Hollie Adams/Getty Images)

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EFE

Publicado em 23 de setembro de 2019 às 10h50.

Última atualização em 23 de setembro de 2019 às 11h18.

Londres — As dívidas, a concorrência dos rivais online e fatores geopolíticos como o Brexit nos últimos anos contribuíram para o encerramento das atividades da agência de viagens Thomas Cook, segundo especialistas.

O grupo britânico deu fim nesta segunda-feira aos 178 anos de história no setor, medida que afeta os 22 mil funcionários (9 mil britânicos) e que deixou aproximadamente 600 mil turistas retidos pelo mundo, segundo a emissora "BBC".

A famosa agência, que tinha firmado um pacote de resgate com o grupo chinês Fosun, não conseguiu juntar 200 milhões de libras esterlinas em fundos adicionais requisitados pelos bancos - como Royal Bank of Scotland e Lloyds - para garantir a sua sobrevivência.

Thomas Cook atravessou momentos financeiros complicados durante a última década, mas a já delicada situação se agravou de forma notável neste último ano.

Entre os elementos que contribuíram para a queda, os especialistas indicam uma volumosa dívida de US$ 2,1 bilhões que impossibilitava encarar de maneira competitiva os rivais do mercado de viagens online.

Isso obrigava a Thomas Cook a ter de vender três milhões de pacotes de férias anualmente simplesmente para poder cobrir os pagamentos de juros.

Os especialistas citam também outros fatores geopolíticos que agravaram as contas da empresa. Em 2016, a tentativa de golpe de Estado ocorrida na Turquia — o destino mais popular nos pacotes ofertados - teve um forte impacto, assim como a onda de calor que afetou a Europa em 2018 e desanimou muitos turistas a irem para o exterior.

A operadora, que registrou perdas avaliadas em 1,5 bilhão de libras esterlinas em maio, correspondentes à primeira metade do seu ano fiscal, se fundiu em 2007 com a companhia MyTravel.

Esse acordo pretendia criar um gigante europeu no negócio das viagens, mas acabou sendo um fiasco financeiro para a Thomas Cook, que mergulhou em dívidas milionárias, das quais nunca se recuperou.

Outro fator impactante foi a saída do Reino Unido da União Europeia, até agora prevista para 31 de outubro, que gerou uma grande incerteza e desanimou muitos potenciais clientes a contratar reservas de férias com um operador que ficaria fora da União Europeia (UE).

O custo do combustível e do encarecimento do preço dos hotéis também influenciaram no triste fim do grupo, que tentou sobreviver até o último momento. Os diretores realizaram reuniões de emergência com diversos acionistas e credores até esta madrugada.

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