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#Brequedosapps: entregadores fazem greve hoje por melhores condições

Entregadores de aplicativos vão parar as atividades hoje para reivindicar melhores condições de trabalho em meio à pandemia

62% dos entregadores entrevistados declararam trabalhar mais de 9 horas por dia na pandemia (Germano Lüders/Exame)

62% dos entregadores entrevistados declararam trabalhar mais de 9 horas por dia na pandemia (Germano Lüders/Exame)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 1 de julho de 2020 às 06h30.

Última atualização em 1 de julho de 2020 às 06h38.

Entregadores de aplicativos realizam hoje uma paralisação em todo o país por melhores condições de trabalho em meio à pandemia de covid-19. Dentre as reivindicações do movimento estão maior pagamento pelas corridas, seguro de vida para roubos e acidentes e verba para comprar equipamentos de proteção pessoal, como máscaras e luvas.

A categoria pede que clientes de aplicativos de entrega, como iFood, Rappi e Uber Eats, não façam pedidos nesta quarta-feira e deixem comentários para os apps, como forma de pressionar essas empresas para melhorar as condições de trabalham dos entregadores.

Uma pesquisa recente publicada pela Procuradoria Regional do Trabalho da 15a Gegião mostra que, durante a pandemia, 62% dos entregadores entrevistados declararam trabalhar mais de 9 horas por dia, ante 57% que trabalhavam mais de 9 horas antes da pandemia. A maioria dos entrevistados (59%) relatou ainda queda na remuneração. A redução ocorreu mesmo para aqueles que mantiveram o mesmo número de horas trabalhadas. Para os pesquisadores, o aumento no número de entregadores puxou para baixo a remuneração.

O Ministério Público do Trabalho definiu em abril medidas a serem tomadas por empresas de delivery na pandemia. Definiu, por exemplo, que as companhias forneçam para o entregador álcool em gel, locais para lavar as mãos com sabão e papel toalha, espaço e serviço de higienização para os veículos e água potável. Ainda assim, sindicatos da categoria afirmam que as medidas não foram totalmente adotadas.

A paralisação de hoje não é o primeiro protesto de entregadores no país desde o início da pandemia. Em abril, eles realizaram uma manifestação com motos, bicicletas e patinetes na avenida Paulista, em São Paulo.

Reportagem de capa da Exame em abril mostrou que a procura por aplicativos de entrega explodiu com a pandemia. No iFood, o número de candidatos para trabalhar na plataforma dobrou em março. Foram 175.000 inscrições naquele mês, ante 85.000 inscrições em fevereiro. A Rappi também reportou um crescimento de três vezes na demanda pelo app na comparação entre março e janeiro. Já o Uber Eats teve crescimento de dez vezes na base de restaurantes desde o início da pandemia.

O isolamento social fez com que o consumidor ampliasse o uso do delivery, aumentando as oportunidades para essas empresas, que têm sido procuradas por parceiros do varejo para entregar mais do que refeições, como compras de supermercado. “Vivemos a aceleração de um processo de descoberta do consumidor que aconteceria entre seis meses e dois anos”, disse Diego Barreto, vice-presidente de estratégia do iFood na reportagem.

Os entregadores, com a paralisação de hoje, esperam que a discussão sobre sua relação com as empresas também seja acelerada.

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