Daniela Bussab e Marcela Coelho, cofundadoras da Re Petit: time quase todo formado por mulheres (Re Petit/Divulgação)
Repórter
Publicado em 27 de outubro de 2025 às 09h04.
Última atualização em 27 de outubro de 2025 às 09h08.
Bebê cresce rápido, e o guarda-roupa também. Para quem tem filhos pequenos, isso significa renovar as roupas a cada dois ou três meses.
Nos primeiros dois anos de vida, um bebê troca de tamanho de roupa em média sete vezes — um ciclo quase sempre custoso, demorado e pouco prático para os pais.
Foi diante dessa realidade que Daniela Bussab e Marcela Coelho fundaram, em 2019, a Re Petit, brechó infantil que funciona online e busca simplificar esse processo.
Hoje, a empresa conta com um estoque de 15.000 peças e um ticket médio de R$ 360 por compra.
Com foco em conveniência, a plataforma oferece retirada domiciliar dos desapegos, pontos de coleta em São Paulo e envio pelos Correios.
Os valores das peças, em média R$ 70, podem ser convertidos em crédito para novas compras ou sacados diretamente pela vendedora.
Em 2025, a Re Petit espera fechar o ano com um faturamento bruto entre R$ 1,8 milhão e R$ 2 milhões, após ter encerrado 2024 com R$ 1,2 milhão em GMV (gross merchandise volume, ou volume bruto de vendas).
A ideia surgiu quando as fundadoras, publicitárias e amigas de longa data, se tornaram mães. "Tínhamos filhos pequenos e vivíamos na pele o desafio de renovar o enxoval o tempo todo. A quantidade de peças encostadas em casa era enorme", diz Bussab.
Com um início informal, o brechó funcionava a partir de "malinhas" personalizadas montadas no quarto da filha de Daniela, com base nas preferências de cada criança.
A ideia era quebrar o preconceito em torno do usado, entregando uma seleção feita com a curadoria das fundadoras.
Em 2021, o modelo evoluiu para uma plataforma própria de e-commerce, desenvolvida internamente e com integração total entre estoque, logística e sistema financeiro.
O diferencial está em oferecer um serviço completo: da retirada ao pagamento, passando por triagem, precificação, fotografia e pós-venda.
A cada ano, a empresa também seleciona uma ONG para doar itens que não passam pela curadoria. Há também parcerias com marcas e outlets, como a Tip Toey Joey, para incluir peças novas de coleções passadas no acervo.
Com 10 funcionários, sendo 98% mulheres, a operação da Re Petit é centralizada em um galpão no Brooklin, zona sul de São Paulo.
Para lidar com o alto volume de peças recebidas — muitas vezes dezenas de itens por família —, a startup investiu em tecnologia própria, que inclui aplicativo de endereçamento de estoque, controle de pedidos e automação de uploads. Isso permite, por exemplo, que a vendedora acompanhe em tempo real o status de cada item vendido.
“Não queríamos apenas facilitar a compra de roupas infantis, mas resolver uma dor muito específica de mães que não têm tempo de lidar com desapegos”, diz Coelho.
Ao longo da jornada, a Re Petit recebeu aportes de pouco mais de R$ 1 milhão, com participação de investidores da Bossa Nova Investimentos, Anjos do Brasil e a plataforma de crowdfunding EqSeed.
Para 2026, o objetivo é ampliar as parcerias com marcas e realizar ativações estratégicas, como pop-ups sazonais. Loja física, por enquanto, não está nos planos.