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Braskem vê ligeira melhora de margens do setor em 2013

O presidente-executivo Carlos Fadigas afirmou ainda que os investimentos da empresa para 2013 já estão sendo definidos

Fábrica da Braskem: prejuízo nos últimos 12 meses e pressão para mudar sua produção (Mirian Fichtner)

Fábrica da Braskem: prejuízo nos últimos 12 meses e pressão para mudar sua produção (Mirian Fichtner)

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Da Redação

Publicado em 8 de novembro de 2012 às 15h22.

São Paulo - A Braskem, maior petroquímica da América Latina, estimou nesta quinta-feira ligeira melhora nas margens do setor no próximo ano e previu que elas devam atingir o pico em 2015, por conta do crescimento mais acentuado da demanda em relação à oferta.

"Os dados que temos apontam para crescimento econômico mundial melhor. Para petroquímicas, o que esperamos é uma melhora pequena das margens em 2013, chegando ao pico em 2015", disse o presidente-executivo da companhia, Carlos Fadigas, em coletiva de imprensa.

O crescimento das margens, segundo o executivo, não tem correlação com a elevação em setembro das alíquotas do Imposto de Importação de 100 produtos, entre eles o polietileno, para em média 25 por cento. A decisão do governo, criticada por outros países, teve como objetivo proteger os produtores brasileiros da concorrência estrangeira.

"A questão de alíquota de importação não tem correlação com a recuperação de margens. Existe uma tendência da indústria de recuperação de margens evoluindo da posição atual para atingir o pico por volta de 2015 e 2016", disse.

"Isso vai acontecer porque a demanda vai crescer de forma mais rápida que a oferta. As novas plantas petroquímicas que vão ficar prontas até 2016, produzirão menos que o incremento de demanda." Apesar de elogiar o aumento da alíquota para produtos importados e outras medidas do governo, como desoneração de folha de pagamento para alguns setores e a redução nas tarifas de energia, Fadigas afirmou que esses incentivos não são suficientes para levar o setor químico a aumentar os investimentos.


"O que a gente quer é um programa para o setor, para recuperar a competitividade e gerar mais resultado para poder investir." Segundo ele, o setor negocia três medidas com o governo: a desoneração de matérias-primas, a desoneração de investimentos e o incentivo à inovação.

"Nosso diálogo com o governo já tem muito tempo. O déficit na balança de químicos cresce desde 1990, então, em algum momento, o setor tem de ser contemplado" disse o executivo.

"Eu acho que alguma coisa vai acontecer. Não sei dizer o que, nem quando, mas o governo tem reconhecido a importância (do setor)".

Investimentos -O presidente-executivo afirmou ainda que os investimentos da empresa para 2013 já estão sendo definidos e, embora tenha evitado dar mais detalhes, ressaltou que serão mais cautelosos por conta do ambiente econômico e da geração de resultados.

"Neste ano vamos investir 1,7 bilhão de reais. Estamos discutindo os investimentos de 2013, que tendem a ser cautelosos por conta do ambiente econômico", disse ele a jornalistas.

A petroquímica divulgou nesta quinta-feira um prejuízo líquido de 124 milhões de reais no terceiro trimestre, reduzindo resultado negativo de 1,05 bilhão de um ano antes, apoiada em despesas menores com variação cambial.

México - A Braskem deverá anunciar nas próximas semanas o pacote financeiro para seu projeto petroquímico Etileno XXI no México, de cerca de 3,2 bilhões de dólares, segundo informou a vice-presidente de Finanças, Planejamento e Relações com Investidores, Marcela Drehmer.

"Estamos falando de uma operação financeira de aproximadamente 3,2 bilhões de dólares, que vai envolver vários bancos. A fase que estamos é de conclusão de contratos. A gente está com a expectativa de finalização e assinatura desses contratos nas próximas semanas", disse a executiva, acrescentando que o cronograma do projeto não foi prejudicado.

O projeto foi anunciado no final de 2009 e já previa investimentos no modelo "project finance". No mês passado, a empresa anunciou um contrato entre a Braskem Idesa, joint venture com o grupo mexicano Idesa, de mais de 2,7 bilhões de dólares para as etapas de engenharia e construção do complexo petroquímico, na região de Coatzacoalcos/Nanchital, no Estado de Veracruz.

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