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Braskem pode ter impacto de R$600 mi com desoneração

Segundo presidente da companhia, desoneração de tributos para matérias-primas ao setor terá um impacto positivo para a companhia


	Carlos Fadiga segue agora para o comando da Braskem: "desoneração sobre a Braskem neste ano é por volta de 600 milhões. É o principal ponto dessa medida", disse
 (Germano Lüders/EXAME.com)

Carlos Fadiga segue agora para o comando da Braskem: "desoneração sobre a Braskem neste ano é por volta de 600 milhões. É o principal ponto dessa medida", disse (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de maio de 2013 às 14h05.

São Paulo - A Braskem pode ter um impacto positivo de 600 milhões de reais com a desoneração de tributos para matérias-primas ao setor neste ano, afirmou nesta quinta-feira o presidente da maior petroquímica da América Latina, Carlos Fadigas.

No fim de abril, o governo federal anunciou a redução da alíquota de PIS/Cofins incidente sobre as matérias-primas da indústria química, buscando fortalecer um setor que enfrenta concorrência dos EUA e acumula déficit comercial de quase 30 bilhões de dólares nos últimos 12 meses.

"O número exato (do impacto positivo) nós estamos calculando nesse momento", disse Fadigas a jornalistas.

"A desoneração sobre a Braskem neste ano é por volta de 600 milhões. É o principal ponto dessa medida", completou o executivo, ressaltando que o número considera estimativas do governo.

Fadigas afirmou também que a empresa está avaliando a Medida Provisória publicada na quarta-feira e isso pode resultar em aumento nos investimentos da empresa no Brasil nos próximos anos.

"A MP saiu ontem e estamos nesse exato momento avaliando o portfólio de investimentos. Numa visão plurianual, o fato de a empresa ter mais capacidade de investimentos tende sim a fazer com que a Braskem nos próximos anos eleve o seu investimentos (no Brasil)", disse.

Para este ano, a empresa mantém a estimativa de investir 2,2 bilhões de reais globalmente.

Questionado sobre o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), Fadigas lembrou que o projeto entra em operação após o fim da medida.


"A medida favorece o Comperj na medida em que favorece a capacidade da Braskem de executar o investimento, mas se extingue antes da entrada em operação do projeto", disse, acrescentando que a companhia continuará buscando com o governo medidas de incentivo fiscal especificamente para o Comperj.

Apesar de comemorar a desoneração ao setor feita pelo governo, o executivo ressaltou que a medida não é suficiente para fazer as matérias-primas brasileiras competirem de forma igual com as produzidas nos Estados Unidos.

"Os EUA tem gás muito competitivo, está hoje por volta de 3,9 dólares por milhão de BTU (unidade usada para medir o gás), enquanto no Brasil ele varia de 12 a 14 dólares. Essa medida do governo atenua, mas a gente continua tendo uma matéria-prima no Brasil menos competitiva", disse.

A Braskem divulgou seus resultados do primeiro trimestre na manhã desta quinta-feira, com um lucro 50 por cento maior no período sobre um ano antes.

PERSPECTIVA DE RATINGS A Braskem acredita que poderá reverter a mudança nas perspectivas de ratings feitas por algumas agências de classificação de riscos --no final do ano passado-- até o fim de 2013, segundo afirmou o diretor de Relações com Investidores, Guilherme Mélega.

"(A mudança) foi no final do ano passado, que culminou com um cenário mais difícil no Brasil. O cenário é mais positivo neste ano", afirmou o executivo.

"Esse incentivo (do governo) vem a favorecer o rating da Braskem, a geração de caixa, e também os desinvestimentos que a Braskem vai fazer. Nossa expectativa é reverter esses 'outlooks' até o fim do ano", acrescentou.

No fim de 2012, Moody's e Fitch rebaixaram as perspectivas dos ratings da Braskem, ambas para "negativa", citando a deterioração nos fundamentos do setor petroquímico global.

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