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Braskem e Petrobras ampliam prazo para compra de nafta

O acordo foi fechado sob as mesmas condições do acerto encerrado em fevereiro


	Braskem: a solução provisória, válida por alguns meses, daria mais tempo à equipe de negociação das duas companhias
 (João Mulsa/Divulgação)

Braskem: a solução provisória, válida por alguns meses, daria mais tempo à equipe de negociação das duas companhias (João Mulsa/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 11 de março de 2014 às 11h28.

São Paulo - A Petrobras e a Braskem prorrogaram de forma provisória o contrato de fornecimento de nafta que se encerrou no final de fevereiro.

Os termos do mais recente acordo quinquenal serão mantidos por mais alguns meses. Durante esse período, equipes das duas empresas continuarão as negociações que buscam alcançar um consenso para a formalização do novo contrato.

Procurada, a Braskem confirmou a extensão do acordo de fornecimento de nafta sob as mesmas condições do acerto encerrado em fevereiro, mas não informou o prazo desse novo acordo.

A reportagem do Broadcast, serviço de informações da Agência Estado apurou, contudo, que esse acordo provisório tem validade de aproximadamente seis meses, em linha com o que havia sinalizado no mês passado o presidente da petroquímica, Carlos Fadigas.

Na oportunidade, o executivo afirmou que as duas companhias poderiam assinar um aditivo que tornasse possível a continuidade do fornecimento enquanto não houvesse a formalização de um novo acordo quinquenal. A solução provisória, válida por alguns meses, daria mais tempo à equipe de negociação das duas companhias.

Impasse

O Broadcast antecipou em dezembro passado que a Petrobras estava pressionando a Braskem para que o novo contrato levasse em consideração o custo da estatal com a importação da nafta petroquímica vendida à Braskem.


O adicional poderia ser de aproximadamente 5% sobre os valores praticados no contrato mais recente, válido de 2009 a 2014 e estimado em mais de US$ 6 bilhões.

O impasse nas negociações entre Petrobras e Braskem teve origem na decisão tomada há mais de dois anos pela estatal de adotar uma nova solução logística para atender a petroquímica brasileira.

O modelo proposto foi viabilizado a partir de uma maior importação de nafta. A medida, além de trazer ganhos logísticos, também permitia à Petrobras adequar suas operações a um cenário de crescente expansão do consumo doméstico de gasolina.

Afinal, em vez de de disponibilizar nafta de refinarias brasileiras, a Petrobras passou a importar o insumo. Parte da nafta nacional, antes vendida à Braskem, por sua vez, passou a ser utilizada na composição da gasolina, combustível que também é formado por nafta e etanol.

A mudança, aceita na oportunidade pela Braskem, ganhou nova conotação na atual rodada de negociação entre as empresas. A Petrobras tenta repassar à Braskem o custo inerente a essa importação de nafta, o que reduziria a margem da Braskem e, consequentemente, da indústria química nacional.

O contrato firmado entre Petrobras e Braskem em 2009 previa que a estatal fornecesse 7 milhões de toneladas anuais de nafta para a petroquímica. O volume representa aroximadamente 70% da demanda anual da Braskem, na casa de 10 milhões de toneladas. Os 30% restantes são fornecidos à Braskem por países como Venezuela, Argélia e Rússia.

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