Cropped shot of young Asian woman shopping for fresh organic groceries in supermarket. She is shopping with a cotton mesh eco bag and carries a variety of fruits and vegetables. Zero waste concept (d3sign/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 9 de dezembro de 2022 às 08h00.
Última atualização em 9 de dezembro de 2022 às 08h42.
s brasileiros estão entre os mais conscientes do mundo sobre seus efeitos no meio ambiente. É o que indica a pesquisa Vida Saudável e Sustentável 2022: Um estudo global de percepções do consumidor, divulgada no fim de novembro pelo Instituto Akatu, ONG que atua na mobilização da sociedade para o consumo consciente, e a consultoria global GlobeScan.
Segundo o levantamento, 81% entendem que o que é bom para um indivíduo nem sempre é bom para a natureza, contra 46% na média mundial, e 84% querem reduzir seu impacto pessoal sobre o planeta, 11 pontos acima da média.
Realizada anualmente desde 2019, a edição deste ano da pesquisa foi realizada em 31 países, entre junho e julho, e contou com mil entrevistados no Brasil.
No país, enxergamos maior seriedade nos problemas globais – de 15 a 30 pontos percentuais a mais que a média dos países. Oito em cada 10 entrevistados brasileirostambém apontaram as questões ambientais como as situações mais urgentes a serem resolvidas no mundo.
Poluição da água, esgotamento dos recursos naturais e perda de espécies de animais e plantas estão entre os cinco maiores desafios atuais para os brasileiros.
Por aqui, 72% das pessoas acreditam que estão fazendo tudo o que podem para proteger o meio ambiente. Mas há uma distância grande entre o desejo e os que, de fato, fazem algo para alterar o estilo de vida: apenas 25% dos brasileiros realizaram alguma mudança no último ano buscando reduzir o impacto no meio ambiente e no clima.
Para 26%, inclusive, os indivíduos não podem fazer muito para salvar o meio ambiente, índice 6% superior à edição anterior da pesquisa.
“Isso reproduz o que ocorre na média dos países, mostrando que não evoluiu a percepção de quão longe as ações individuais estão de seu potencial de contribuição e/ou de quais são as ações que podem contribuir para esse resultado”, analisa o relatório final.
Membros da família, mídia tradicional (TV, rádio e notícias) e mídias sociais são os maiores influenciadores de um estilo de vida mais sustentável para aproximadamente 30% dos entrevistados.
Na sequência, vêm as empresas e marcas, com 26% –resultado, segundo o estudo, bem mais significativo no Brasil do que na média dos países (26% contra 18%). Governo, amigos, ONGs, livros e escolas vêm na sequência, com 19% cada.
Na avaliação de quem tem ajudado melhor as pessoas a terem hábitos mais sustentáveis, ONGs, ambientalistas e grupos ativistas aparecem em primeiro lugar (60%). Outros 43% dizem que as grandes empresas estão se saindo bem nesse sentido e 30%, os governos.
Na pesquisa, 55% afirmam que estão dispostos a pagar mais por produtos ou marcas mais sustentáveis, índice semelhante à média global, de 57%. Um produto ser ecologicamente correto influencia muito a decisão de compra de cerca de metade da população (entre 43% e 55%), especialmente itens de cuidado pessoal (55%) e limpeza (51%).
A influência exercida por alguns temas se sobressai para o brasileiro – 56% dizem que suas decisões de compra são bastante impulsionadas por marcas que promovem a agricultura sustentável e o uso eficiente dos recursos naturais, como a água. Marcas que desenvolvem programas de reciclagem/reuso de embalagens também ganham a preferência de 54%.
“Destaca-se que as decisões de compra das mulheres são mais influenciadas por todos os itens se comparadas às dos homens, o que é coerente com o seu perfil atitudinal, como revelado em outros estudos”, salienta o estudo. São de 10 a 14 pontos percentuais a mais que os homens.
Nas compras feitas até um mês antes do levantamento, 43% dos brasileiros afirmam ter comprado possivelmente um produto ecologicamente correto. Os principais foram alimentos frescos (33%). Por outro lado, 57% declaram não ter comprado produtos ecológicos ou não ter certeza se o fizeram.
“Essa possível incerteza aponta para uma dificuldade das marcas em comunicar os atributos de sustentabilidade do que oferecem, mesmo que isso se deva à falta de atenção do próprio consumidor na hora da compra, que, em última instância, revela a mesma dificuldade”, dizem os autores da pesquisa.
No geral, os brasileiros são menos otimistas sobre o futuro quando comparados à média dos 31 países: enquanto 54% das pessoas no mundo acham que há probabilidade de a maioria das pessoas adotar estilos de vida mais sustentáveis nos próximos dez anos, no Brasil 43% acreditam que essa adoção acontecerá e 28% opinam que isso provavelmente não acontecerá.
Healthy & Sustainable Living in Brazil: Engaging Consumers in Sustainability from GlobeScan on Vimeo.