Brasil Kirin: aquisição, que ainda precisa ser aprovada por órgãos reguladores, deve ser concluída na primeira metade do ano (Divulgação)
Reuters
Publicado em 13 de fevereiro de 2017 às 11h07.
Última atualização em 13 de fevereiro de 2017 às 11h28.
São Paulo - A Heineken anunciou nesta segunda-feira que assinou acordo com a japonesa Kirin para compra da Brasil Kirin, em uma transação que a tornará a segunda maior fabricante de cervejas do país.
Incluindo dívidas, a Heineken informou que pagará 1,09 bilhão de dólares pela Brasil Kirin, a fim de aumentar sua presença no mercado brasileiro, fortalecer seu portfólio de marcas e ganhar escala.
Após a conclusão do negócio, a companhia holandesa passará a ter uma participação de mercado de quase 19 por cento. No caso da Kirin, o acordo marca a sua saída do Brasil.
O grupo japonês pagou cerca de 3,9 bilhões de dólares em 2011 por 12 cervejarias, mas o negócio depois perdeu fatia de mercado e teve os custos elevados pela fraqueza da moeda local.
A Kirin disse que os riscos brasileiros e o competitivo e estagnado segmento de cervejas e refrigerantes no país eram "limitações" para tornar a Brasil Kirin rentável. De acordo com a empresa, a unidade brasileira teve prejuízo operacional de 284 milhões de reais em 2016.
A economia brasileira parece propensa a entrar no terceiro ano de recessão em 2017, mas a Heineken considera o mercado de cervejas atrativo no longo prazo, com o segmento premium crescendo mais rápido.
A empresa holandesa já tem cinco cervejarias no Brasil, depois de comprar em 2010 os negócios de cerveja da mexicana FEMSA.
Alguns analistas também avaliaram o acordo como importante, uma vez que torna a Heineken uma forte rival da líder global AB InBev.
A aquisição, que ainda precisa ser aprovada por órgãos reguladores, deve ser concluída na primeira metade do ano.
Separadamente, a Kirin disse que assumirá fatia de 51 por cento em uma empresa de cervejas de Mianmar. O grupo japonês ainda encerrou as negociações com a Coca-Cola, embora as duas empresas continuem discutindo uma potencial parceria operacional.