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Apresentado por VEOLIA

Brasil tem o mais alto nível de insegurança ecológica e climática do mundo

Pesquisa global da Veolia aponta que 82% dos brasileiros se sentem expostos e vulneráveis a um risco ligado às mudanças climáticas ou à poluição

A pesquisa mostrou que a grande maioria dos brasileiros (86%) acredita que a atividade humana é a principal causa das mudanças climáticas. (Veolia/Divulgação)

A pesquisa mostrou que a grande maioria dos brasileiros (86%) acredita que a atividade humana é a principal causa das mudanças climáticas. (Veolia/Divulgação)

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Publicado em 25 de junho de 2024 às 09h41.

Última atualização em 25 de junho de 2024 às 10h38.

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Quase a totalidade da população no Brasil acredita que estamos enfrentando mudanças climáticas. Segundo a pesquisa Barômetro da Transformação Ecológica, realizada pela Veolia – líder global em soluções ambientais – em parceria com a consultoria francesa Elabe, 97% dos brasileiros têm certeza de que a perturbação climática está em curso.

A pesquisa também apontou que, mais do que ter consciência, os brasileiros estão inseguros em relação ao tema. Hoje, 82% se sentem expostos e vulneráveis a um risco ligado às mudanças climáticas ou à poluição. É o nível de insegurança ecológica e climática mais alto entre os 26 países incluídos no estudo, cuja média global ficou em 65%.

“A sensação de vulnerabilidade tem a ver com a sensação de achar insuficiente o que está sendo feito em comparação aos riscos existentes. As pessoas não veem o resultado das ações e investimentos dos setores públicos e privados para fazer frente ao problema”, explica Lina Del Castillo, diretora de sustentabilidade, marketing e comunicação da Veolia Brasil.

O barômetro

Com o tema Transformação Ecológica: “Estamos (ainda) prontos?”, a segunda edição do estudo – realizado a cada 18 meses – analisou o grau de aceitabilidade de soluções para reduzir o impacto que o ser humano causa e os desafios para acelerar a transição para uma economia sustentável.

Com uma amostra que abrange 29,5 mil entrevistados de países dos cinco continentes – quase 60% da população mundial, 77% do PIB mundial e responsáveis por 67% das emissões globais de gases de efeito estufa – seu objetivo é entender melhor quanto a população está preparada para as mudanças que precisam ser feitas para alcançar a transformação ecológica.

“A transição não é mais eficiente, pois ela é gradativa, com pequenos passos. Já a transformação envolve mudanças mais profundas e estruturais, que exigem repensarmos como nós, como humanidade, estamos produzindo o que precisamos e como estamos consumindo”, diz a executiva.

O mais otimista, mas nem tanto

A pesquisa mostrou que a grande maioria dos brasileiros (86%) acredita que a atividade humana é a principal causa das mudanças climáticas. Há, ainda, 7% da população que acha que é um fenômeno estritamente natural, 4% argumentam que é impossível identificar a causa e 3% não veem nada de incomum no que está acontecendo.

Mesmo que a população se reconheça como responsável pelo problema, o Brasil está entre os dez países mais otimistas do mundo. Para 63% da população, o futuro ainda está em nossas mãos, ante 55% da população de outros países. Mas já fomos mais otimistas. Na primeira edição do estudo, divulgada em 2023, eram 78% dos brasileiros.

Também está crescendo o sentimento de “fatalismo climático”. Hoje, 25% dos brasileiros duvidam da capacidade da humanidade de controlar a mudança climática e reduzir a poluição. Em 2023, eram apenas 14%. E os 11% convencidos de que é tarde demais para conter seus impactos, eram 8% na primeira edição.

Novos hábitos

Para Lina, da Veolia Brasil, o estudo mostra que, hoje, a população já tem uma grande percepção de causa-efeito em termos de mudanças climáticas, com impacto nas grandes problemáticas, especialmente na saúde das pessoas.

“Quando têm experiências muito próximas, como ondas de calor, secas, ou inundações como o desastre do Rio Grande do Sul, tem um impacto direto na percepção das pessoas sobre a realidade, entendendo com maior clareza esses efeitos”, justifica.

E, apesar do ceticismo por parte dos brasileiros, o estudo também revela que a população está disposta a adotar novos hábitos em prol do combate às alterações climáticas, especialmente no que diz respeito à saúde, mas também à qualidade de vida, à segurança alimentar e à manutenção do poder de compra.

Segundo pesquisa, 85% dos brasileiros têm certeza de que as mudanças climáticas são a maior ameaça à saúde enfrentada pela humanidade.

“E elas impactam direta ou indiretamente a saúde, seja ela física (doenças respiratórias, infecções etc.), emocional/mental (ecoansiedade e fatalismo climático) e financeira (vulnerabilidade do poder aquisitivo e qualidade de vida), além de desviar o dinheiro que deveria ser investido em temas prioritários para o desenvolvimento e para ações de mitigação das mudanças climática”, explica a diretora da Veolia Brasil.Adotar novos hábitos inclui até mesmo agir e aceitar os custos adicionais e mudanças de comportamento trazidos por ações ecológicas, sejam voltadas para a descarbonização, despoluição ou regeneração de recursos, apontou o estudo.

O papel de cada um

A maioria da população brasileira já entende o problema e sabe que é sua causa. Então, o que falta para as pessoas mudarem essa realidade? Segundo Lina, a pesquisa mostrou que elas precisam entender a causa-consequência das ações e porque são necessárias.

Outra motivação é o Brasil ser líder no tema: 56% dos entrevistados apontaram que o fato de o país estar na vanguarda da transição ecológica dá orgulho de ser exemplo para outras nações.

Segundo a executiva da Veolia Brasil, as pessoas esperam que as soluções para combater as mudanças climáticas sejam testadas, tenham baixo risco e utilidade comprovada, apresentem resultados rápidos, impactos evidentes e escaláveis.

E, de acordo com a pesquisa, devem ser inclusivas, ou seja, todos devem trabalhar: governos (95%), autoridades locais (96%), instituições internacionais (94%), empresas (95%) e indivíduos (96%).

Essas ações em conjunto são importantes, pois as somas necessárias para se adaptar ao aquecimento global (de 203 bilhões a 365 bilhões de euros por ano) são de dez a 18 vezes maiores do que os fluxos financeiros públicos internacionais atuais, segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).

Busca por soluções

Enquanto as empresas são os principais inovadores e implementadores de soluções, as autoridades locais são os arquitetos do território, na linha de frente quando se trata de prevenção de riscos, adaptação e resposta.

Lina aponta três grandes frentes de soluções a serem buscadas atualmente para combater as mudanças climáticas. A primeira é de despoluição, onde entram soluções como tratamento de esgoto e de resíduos perigosos, por exemplo.

A segunda é descarbonização (como geração de energia renovável e proveniente de resíduos) e a terceira é regeneração de recursos (economia circular, reciclagem, reúso de água). “É importante achar sinergias entre as três frentes, para ter maior impacto e potencial, e também entre os diferentes atores”, afirma.

Ela cita o exemplo de Barcelona, na Espanha, que enfrenta grandes secas (escassez hídrica). Hoje, a cidade já trabalha com águas residuais. Aqui no Brasil, temos várias indústrias que já trabalham para ser zero efluentes e implementar o reúso da água, inclusive tem companhias de alimentos e bebidas avançando no tema

“O Brasil tem uma boa regulamentação ambiental, o que precisa é mais controle no cumprimento dessas leis, além de manter diálogos para avançar nos objetivos mais urgentes do país, como a implementação do Marco do Saneamento, apoio à inovação e a industrialização de novas soluções e tecnologias”, indica a executiva.

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