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Brasil incentiva construtoras a investir após queda da Odebrecht

Os escândalos de corrupção fizeram com que as firmas brasileiras estejam "menos fortes" para concorrer

O presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Dyogo Oliveira (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

O presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Dyogo Oliveira (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

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EFE

Publicado em 22 de julho de 2018 às 12h57.

Madri, 22 jul (EFE).- O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento do Brasil (BNDES), Dyogo de Oliveira, incentiva as empresas espanholas a lutar pelos contratos de infraestruturas que serão licitados em dois anos porque "nunca será" tão fácil ganhá-los após a queda de grandes construtoras nacionais como a Odebrecht.

"O mercado brasileiro está mais aberto do que nunca às empresas de construção estrangeiras pelas dificuldades pelas quais estão atravessando as construtoras do país perante os problemas judiciais", diz Oliveira em entrevista à Agência Efe.

Os escândalos de corrupção, entre os quais destaca-se o protagonizado pela Odebrecht, fizeram com que as firmas brasileiras estejam "menos fortes" para concorrer, insiste Oliveira.

E segundo o especialista, pode ser que as empresas internacionais que no futuro não tenham "tanta facilidade como terão agora" para vencer licitações envolvendo projetos milionários.

O presidente do BNDES, principal financiador do país, explica que entre este ano e 2019, no Brasil serão concedidos mediante leilões 96 projetos de infraestruturas (transportes, energias e telecomunicações), avaliados em R$ 240 bilhões.

Atualmente, as empresas espanholas ocupam a posição número um por investimento em infraestruturas no Brasil, por mais de R$ 60 bilhões, e as segundas por investimento total real, atrás das americanas.

"As empresas espanholas têm uma grande capacidade técnica e financeira e no Brasil encontram um espaço adequado para desenvolver negócios com uma boa rentabilidade: uma forte demanda de infraestruturas, um ambiente legal e reguladores razoáveis e boas condições de financiamento", argumenta Oliveira.

No entanto, são muitas as companhias que decidiram diminuir a exposição na América Latina e mudaram o foco para regiões como os Estados Unidos, Canadá e Austrália.

Perguntado se não teme que haja pouca concorrência na hora de licitar novos contratos, Oliveira diz que não e acrescenta que o Brasil continua despertando interesse, de tal forma que muitas companhias que ainda não estão no país estão interessadas em novos projetos.

"É verdade que na América Latina há países que passam por um momento de baixo crescimento e isto reduz o interesse das empresas estrangeiras", segundo o executivo, que também diminui a importância em torno da situação política.

"Fomos capazes de resolver problemas internos sem afetar a segurança jurídica dos investidores. Se olharmos para o que aconteceu nos últimos anos, veremos que todos vão embora e que as instituições continuam funcionando. São demonstrações de maturidade da sociedade e de que as coisas se resolvem respeitando contratos, instituições e leis", sublinha.

Os 96 projetos ofertados pelo Brasil abrangem nove estradas, 25 terminais portuários, 22 infraestruturas de geração e transmissão de energia, dois petrolíferos, a gestão de 17 aeroportos e a construção de dez linhas de ferrovia, entre outros. EFE

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