Susan Cain, advogada e escritora americana, autora de "O poder dos quietos" (Divulgação)
Luísa Melo
Publicado em 4 de novembro de 2014 às 11h58.
São Paulo - "Fazer brainstroming em grupo é um fracasso", disse Susan Cain, autora do best seller "O poder dos quietos - Como os tímidos e introvertidos podem mudar um mundo que não para de falar", nesta terça-feira durante a HSM Expomanagement.
Conforme ela defende, o que acontece é que, em grandes aglomerações de pessoas, as ideias dos introvertidos acabam sendo suprimidas pelas dos extrovertidos. "Em geral, três pessoas falam durante 70% do tempo", disse.
Segundo Susan, estudos psicológicos realizados ao longo dos últimos 40 anos indicam que, em algum nível neurológico muito profundo, uma pessoa acaba transformando a opinião dos outros na sua própria, no decorrer da exposição de ideias.
Por esse motivo, as reuniões em grupo, em vez de fomentar a inovação, acabam tendo o efeito oposto. "As melhores ideias saem do indivíduo e depois são aprimoradas em grupo", afirmou Susan.
Sendo assim, de acordo com ela, um líder que deseja explorar ao máximo a capacidade de seus funcionários deve organizar reuniões individuais com cada um deles e avisar o assunto a ser tratado antecipadamente para que eles tenham tempo de elaborar os pensamentos.
O papel do líder
No caso de as discussões coletivas serem inevitáveis, para estimular que as ideias dos líderes introvertidos apareçam, Susan recomenda que eles se obriguem a falar logo no começo da reunião.
Para os os extrovertidos, a dica é exatamente o contrário: se esforçar a ouvir os outros primeiro.
"É bom lembrar que, para um bom projeto, precisamos ter colaboração entre os dois [tipos de pessoas]. Em empresas de grande sucesso é isso o que acontece", disse.
Como exemplo, ela cita o Facebook, que é comandando por Mark Zuckerberg, que é introvertido, e Sheryl Sandberg, que é extrovertida. Enquanto ele se dedica às estratégias mais profundas da companhia, ela cuida da gestão de pessoas e "fica sob os holofotes".