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Bradesco vê espaço para bancos privados no crédito

Segundo vice-presidente executivo, eventual redução dos empréstimos de bancos públicos pode ser benéfica para as instituições privadas em 2014


	Agência do Bradesco em Brasília: executivo do banco avalia que redução dos desembolsos do BNDES é saudável
 (Bloomberg/Adriano Machado)

Agência do Bradesco em Brasília: executivo do banco avalia que redução dos desembolsos do BNDES é saudável (Bloomberg/Adriano Machado)

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Da Redação

Publicado em 19 de novembro de 2013 às 15h26.

Nova York - A eventual redução dos empréstimos de bancos públicos para as empresas, incluindo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), conforme o governo vem afirmando, pode ser benéfica para as instituições privadas em 2014.

A avaliação é do vice-presidente executivo do Bradesco, Sérgio Clemente. Para o executivo, a redução dos desembolsos do BNDES é saudável, no entanto, se for em ritmo muito intenso, pode comprometer o investimento no Brasil.

Ele calcula que, se os repasses caírem entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões em 2014, os bancos privados teriam esse espaço a ocupar no mercado de empréstimos. No caso do financiamento de infraestrutura, ele avalia que muitos recursos devem vir de operações feitas no mercado de capitais, em instrumentos de dívidas e operações estruturadas.

Clemente evitou dar projeções sobre o desempenho da carteira de crédito do Bradesco para 2014. As estimativas devem ser divulgadas quando o banco anunciar os resultados do quarto trimestre de 2013. Ele se diz otimista, mas cauteloso, e ressalta estar certo de que o governo vai se empenhar para manter a inflação controlada e a disciplina fiscal, mesmo em ano eleitoral.

Executivos do Bradesco estão em Nova York, para um evento do Bradesco BBI, que reúne nesta terça, 19, e quarta-feira, 20, 64 presidentes ou diretores financeiros de empresas brasileiras com 520 investidores institucionais dos EUA e de outras regiões.

Grupo X

Clemente avaliou também que o investidor estrangeiro está mais seletivo, mas continua interessado em comprar ativos no Brasil. Por isso, os problemas com as companhias do empresário Eike Batista não comprometem a captação de empresas brasileiras. "Óbvio que não é bom, mas o investidor não vai deixar de alocar no Brasil", disse a jornalistas.

Ele lembra um episódio recente, da quebra do Banco Cruzeiro do Sul, para ressaltar que há uma certa preocupação dos investidores logo no momento em que os problemas são anunciados, mas que tendem a se dissipar em seguida. "O mercado de capitais brasileiro está mais maduro. Obviamente o investidor fica mais seletivo. Considerando o tamanho do mercado, o episódio do Eike é imaterial", afirmou.

"O Brasil continua sendo polo importante na alocação em mercados emergentes e essa atração será maior quanto mais estável e previsível for a economia brasileira", disse Clemente. O executivo lembra que 2013 começou com todo mundo apostando no México e o país acabou decepcionando. As previsões eram que a economia mexicana fosse crescer 4,5% este ano, mas no final o país deve avançar 1,5%.

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