Negócios

Bradesco sente queda no ritmo de crédito, mas mantém projeções de expansão

Banco detecta ritmo menor nas linhas para o consumo, mas aposta em crédito para empresas

Agência do Bradesco: banco confia na expansão maior do crédito a empresas (Germano Lüders)

Agência do Bradesco: banco confia na expansão maior do crédito a empresas (Germano Lüders)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de abril de 2011 às 12h56.

São Paulo – O Bradesco já sentiu os primeiros efeitos das medidas adotadas pelo governo para frear a economia e conter a inflação. “Algumas linhas específicas de crédito para o consumo já estão crescendo menos”, afirmou Domingos Abreu, vice-presidente executivo do banco, e diretor de relações com investidores.

Apesar da desaceleração em algumas linhas, o banco manteve suas estimativas para 2011 para a carteira de crédito. Neste ano, o Bradesco estima uma expansão de 15% a 19% na carteira total.

O melhor desempenho deve vir do crédito para empresas, cujo crescimento esperado é de 16% a 20%. O destaque seriam as pequenas e médias empresas, cuja carteira de operações deve crescer de 20% a 24% neste ano. Já para as pessoas físicas, a expansão projetada é de 13% a 17%.

O Bradesco encerrou março com uma carteira total de crédito de 304,374 bilhões de reais. Além de avais e fianças, a cifra inclui ainda operações de debêntures e notas promissórias adquiridas pela área comercial do banco. A cifra é 3,7% maior que a de dezembro do ano passado, e 22,6% maior que a do mesmo trimestre de 2010.

Inadimplência

Apesar da expansão das operações de crédito, o Bradesco manteve seu índice de inadimplência em 3,6% (referente a pagamentos com atraso superior a 90 dias). O índice é igual ao registrado no último trimestre de 2010, o que significa uma estabilização do indicador, depois de cinco trimestres consecutivos de queda.

Para Abreu, a estabilização da inadimplência já era esperada. O pico de inadimplência do banco, 5,1%, ocorreu no terceiro trimestre de 2009, quando o Brasil ainda sentia os efeitos da crise econômica mundial que eclodiu no final de 2008 com a quebra do banco americano Lehmann Brothers.

O executivo considerou “confortável” o atual patamar de inadimplência, e destacou que ele se manteve, ainda que a carteira total de crédito tenha crescido nos últimos meses. “Mesmo com um menor ritmo da economia, esperamos a manutenção do nível de emprego”, afirmou.

O banco elevou as provisões para devedores duvidosos (PDD) para 16,740 bilhões de reais, ante 16,290 bilhões em dezembro. Segundo Abreu, o aumento é baseado na expansão da carteira, e representa “um nível confortável para uma eventual reversão do cenário positivo do país.” O executivo afirmou, contudo, que o Bradesco “não tem a expectativa” de que a economia saia dos trilhos.

Acompanhe tudo sobre:BancosBradescoEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasFinançasLucrosetor-financeiro

Mais de Negócios

Dois tipos de talento em IA que toda empresa precisa, segundo executivo do Google

Marcas chinesas de beleza investem em aquisições para expandir presença global

Estudantes brasileiros devem olhar além do 'sonho americano' — este grupo apresenta uma alternativa

Toyota cria 'cidade do futuro' no Japão para testar mobilidade e sustentabilidade