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Bradesco não vê desaceleração de fusões e aquisições em 2012

Em entrevista a EXAME.com, responsável pela área de investimentos do banco traça um panorama deste mercado daqui para frente – e ainda tem muita coisa para acontecer

EXAME.com (EXAME.com)

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Daniela Barbosa

Daniela Barbosa

Publicado em 18 de novembro de 2011 às 10h03.

São Paulo – Nos nove primeiros meses do ano, os anúncios de fusões e aquisições caíram de 33% na comparação com o mesmo período de 2010. O volume dos negócios anunciados totalizaram 100,8 bilhões de reais contra 150,6 bilhões de reais registrados no ano anterior, segundo a Anbima.

Apesar da queda, o Bradesco BBI mantém o otimismo com o mercado de transações corporativas. Em entrevista a EXAME.com, Renato EJnismam, diretor responsável pela área de investimentos do banco, afirmou que o mercado brasileiro continua aquecido e o Bradesco está intermediando um número muito grande de operações, que podem ser anunciadas em breve.

Segundo dados da Anbima, o Bradesco BBI intermediou 12 operações no terceiro trimestre deste ano, ficando atrás somente do Itaú BBA, com 21 negócios.

Veja, a seguir, os principais trechos da entrevista concedida pelo executivo a EXAME.com:

EXAME.com: Os bancos locais estão intermediando mais as operações de fusões e aquisições no país?
Renato Ejnismam:
No ranking divulgado pelo setor, os três bancos com maior número de operações e volume são nacionais. O Bradesco BBI está entre eles. Acredito que as instituições locais estão capacitadas a fechar qualquer tipo de operação. No Bradesco, formamos uma equipe de peso que pode buscar, em qualquer lugar do mundo, investidores.

EXAME.com: Mas por que isso está acontecendo?
Ejnismam:
Os bancos estrangeiros que estão acostumados a liderar esses tipos de operações estão perdendo competitividade. E por outro lado, existe um maior comprometimento dos bancos locais de assessorar os clientes com mais comprometimentos. Não podemos falhar.

EXAME.com: Houve crescimento do Bradesco neste ano na comparação com 2010?
Ejnismam
: Estamos no mesmo nível na comparação com o ano passado. Até tínhamos espaço para crescer, mas alguns fatores, como a crise financeira na Europa, fizeram as próprias companhias adiarem o fechamento de um negócio.


EXAME.com: Hoje, qual o perfil dos investidores estrangeiros dispostos a apostar em empresas brasileiras?
Ejnismam:
É muito diversificado. Até mesmo dentro do segmento de private equity existem muitas variações. Há investidores que buscam oportunidades em negócios que estejam em fase inicial, outros em fase avançada. Há também aquele que só quer investir em infraestrutura.

EXAME.com: Existe algum setor que esteja em destaque? Infraestrutura, por exemplo, está em evidência?
Ejnismam:
Sem dúvida, por conta até mesmo dos eventos esportivos futuros, infraestrutura estará no radar de muitos investidores. Mas assim como há diversidade de investidores, existe também um grande número de setores que despertam o interesse de investidores. O setor de farmácias, que começou a se consolidar a partir deste ano, ainda tem muito a avançar. Alimentos é outro segmento de destaque, tanto com empresas nacionais, como com estrangeiras que queiram explorar o mercado brasileiro.

EXAME.com: Existe muita empresa estrangeira que procura o Bradesco para angariar um negócio no Brasil?
Ejnismam:
Sim. Elas normalmente nos procuram, porque acreditam que um banco local tenha mais conhecimento sobre o mercado e sobre as companhias que aqui atuam.

EXAME.com: Vocês hoje estão com quantos negócios em andamento?
Ejnismam:
Não podemos revelar, por questões estratégicas. Mas posso garantir que o número é muito grande e com um mix de negócio bem diversificado.

EXAME.com: E o que esperar para 2012?
Ejnismam:
Vamos continuar a crescer nessas operações. O Brasil tem uma posição muito favorável e está na mira de muito investidor.

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