Bradesco: executivos do banco previram que uma volta da expansão da carteira de crédito só deve acontecer a partir do quarto trimestre (Andrew Harrer/Bloomberg)
Reuters
Publicado em 27 de julho de 2017 às 13h39.
São Paulo - O Bradesco agradou o mercado nesta quinta-feira ao reportar melhora na qualidade da carteira no segundo trimestre, movimento que previu se estender até 2018, mas analistas alertaram que a fraqueza do crédito também pode se prolongar.
Executivos do segundo maior banco privado do país indicaram acreditar que a queda da inadimplência registrada no segundo trimestre deve resultar em gradual recuo nas provisões para perdas com inadimplência.
"Os picos de inadimplência ficaram para trás", disse o presidente-executivo do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, em teleconferência com jornalistas.
Mais cedo, o banco divulgou que seu índice de atrasos acima de 90 dias caiu a 4,9 por cento como proporção da carteira, de 5,6 por cento no trimestre anterior.
"A qualidade dos ativos não é mais uma preocupação", resumiram em relatório os analistas do BTG Pactual Eduardo Rosman e Thiago Kapulskis em nota a clientes, na qual reiteraram recomendação de compra para as ações do Bradesco.
Em contrapartida, o terceiro recuo consecutivo do estoque de financiamentos também chamou a atenção.
Surpreendido com a lentidão da retomada da economia brasileira, o Bradesco revisou sua estimativa para o estoque de empréstimos em 2017, de alta nominal de 1 a 5 por cento para contração de 1 a 5 por cento.
Na teleconferência, executivos do banco previram que uma volta da expansão da carteira de crédito só deve acontecer a partir do quarto trimestre.
"Achamos que pode ter algum crescimento em 2018", disse o diretor do Bradesco para relações com o mercado, Carlos Firetti.
Sem vislumbrar um crescimento mais fraco das operações, inclusive de seguros, que respondem por cerca de um terço do resultado do grupo, o Bradesco conta com menores provisões para calotes e com o controle das despesas administrativas para manter seus níveis de rentabilidade.
O vice-presidente Alexandre Gluher, afirmou que o programa de demissão voluntária (PDV) do Bradesco anunciado neste mês deve ser concluído em agosto, mas não deu detalhes das economias esperadas com o processo, nem sobre quantos funcionários o banco espera que vão aceitar a oferta.
Às 13h16, a ação preferencial do Bradesco exibia estabilidade, enquanto o Ibovespa subia 0,9 por cento.