Portfólio da BR Porperties: na esteira das notícias sobre a venda dos galpões, os papéis da companhia subiram mais de 7% (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 22 de novembro de 2013 às 07h54.
São Paulo - A BR Properties anunciou, na quinta-feira, 21, a venda de 100% de sua operação de galpões industriais à WT Goodman, joint venture entre a construtora brasileira WTorre e o grupo australiano Goodman, por R$ 3,18 bilhões. A BR Properties espera receber o valor até o início do ano que vem e deverá usar o montante para reduzir endividamento, recomprar ações e pagar dividendos aos acionistas.
Segundo o diretor financeiro e de relações com investidores da BR Properties, Pedro Daltro, a venda dos 34 galpões - que marca a entrada do grupo australiano Goodman no Brasil - foi decidida por causa do preço oferecido.
Os galpões correspondiam a 25% do valor total das propriedades da BR Properties, ou o equivalente a R$ 3,43 bilhões - o conjunto de ativos saiu, portanto, a 92% de seu preço real estimado.
Por outro lado, os R$ 3,18 bilhões corresponderam a 56,8% do valor de mercado da companhia, que era de cerca de R$ 5,6 bilhões na terça-feira. No pregão de ontem (21), na esteira das notícias sobre a venda dos galpões, os papéis da companhia subiram mais de 7%, elevando o valor de mercado da BR Properties para mais de R$ 6 bilhões.
O executivo disse que a dívida líquida, que somava R$ 4,53 bilhões no terceiro trimestre, será reduzida possivelmente com antecipação do pagamento de financiamentos mais onerosos, mas a dívida total não será zerada. No mundo todo, companhias do setor trabalham com dívida, pois os imóveis são geradores de renda no longo prazo, explicou.
Em relação à recompra de ações, o diretor disse que não há planos de mudar o programa anunciado no início deste mês, que prevê a recompra de até 17 milhões de ações ordinárias em circulação, no montante máximo de R$ 313 milhões, com prazo até 8 de maio de 2014.
A entrada de recursos também dará suporte à estratégia de crescimento da BR Properties, que se dá pelo desenvolvimento de novos projetos e, principalmente, por meio de aquisições.
Galpões
Daltro disse que até uma volta aos galpões pode estar no escopo das novas compras da empresa. A BR Properties, hoje forte em escritórios, centros de distribuição e lojas de varejo, sai temporariamente do segmento com a venda anunciada ontem (21).
No preço certo, não tem nenhum problema em voltar para esse setor de galpões. No curto prazo, estaremos fora. Se aparecer oportunidade, vamos olhar como qualquer outro ativo.
Daltro estimou também que o mercado de galpões tem condições de continuar crescendo, embora em ritmo menor do que o verificado nos últimos anos devido à desaceleração da economia.
Na avaliação do executivo, o valor real dos ativos da BR Properties não está devidamente precificado. Para ele, o mercado acionário leva em conta indicadores financeiros, e não o potencial de valorização dos imóveis da empresa no longo prazo.
Sócios
Parte da joint venture que adquiriu os galpões da BR Properties, a WTorre é acionista importante da companhia, com 6,86% do capital. Segundo a BM&FBovespa, os maiores acionistas da companhia são o BTG Pactual, de André Esteves, e o fundo Petros, com 24,5% e 10%, respectivamente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.