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BR Partners quer levantar R$ 600 mi com oferta inicial de ações

Os recursos devem ser usados pelo banco de investimentos para ampliar seu negócio de crédito; neste ano, o BR Partners se tornou líder em CRIs no país

Ricardo Lacerda, fundador do BR Partners: o banco é especializado em fusões, aquisições e captação de recursos no mercado de capitais (Victor Moriyama/Bloomberg)

Ricardo Lacerda, fundador do BR Partners: o banco é especializado em fusões, aquisições e captação de recursos no mercado de capitais (Victor Moriyama/Bloomberg)

DG

Denyse Godoy

Publicado em 3 de agosto de 2020 às 17h43.

Última atualização em 3 de agosto de 2020 às 19h13.

O banco de investimentos BR Partners, especializado em fusões, aquisições e transações para captação de recursos no mercado de capitais, pediu à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) – o órgão regulador brasileiro – registro para vender suas ações em uma oferta pública inicial (Initial Public Offering, ou IPO na sigla em inglês).

Fundado em 2009 por Ricardo Lacerda, ex-presidente do Citi e do Goldman Sachs no Brasil, o BR Partners pretende levantar até 600 milhões de reais com a venda de uma fatia no negócio, segundo a EXAME apurou. O banco vai ofertar units correspondendo a uma ação ordinária e duas preferenciais cada, de acordo com o prospecto preliminar da oferta.

Os recursos devem ser usados pelo banco para expandir seus produtos de crédito. Em 2020, o BR Partners se tornou líder em operações de certificados de recebíveis imobiliários (CRIs), tendo participado de transações no valor total de 777,1 milhões de reais. Ao longo dos anos, o BR Partners assessorou grandes grupos do país em transações famosas, como a aquisição, pela farmacêutica Hypera Pharma, da Neoquímica e da Mantecorp.

"A companhia acredita viver um momento único na economia brasileira. Com taxas de juros em patamares mínimos históricos e com liquidez elevada em mercados globais, o mercado de fusões e aquisições e de crédito estruturado e mercado de capitais poderão observar períodos prolongados de crescimento", diz o banco no prospecto. "Além disso, acredita que a tendência de migração acelerada de produtos e serviços dos grandes bancos para instituições independentes será duradoura, o que beneficia empresas independentes de excelência como a companhia. O processo de crescimento de demanda por produtos e serviços financeiros pela população brasileira tem se acelerado nos últimos meses, o que também favorece substancialmente a atuação de plataformas em mercados de capitais."

Em 30 de junho de 2020, o BR Partners gerenciava 567,8 milhões de reais em ativos e tinha um patrimônio líquido de 291,6 milhões de reais. No primeiro semestre do ano, sua receita de prestação de serviços subiu 60,9% em relação à do mesmo período de 2019, para 81,4 milhões de reais, enquanto o lucro cresceu 35,9%, para 45,4 milhões de reais. O retorno sobre o patrimônio líquido, uma das medidas consideradas mais importantes pelos investidores no mercado financeiro, cresceu de 22,4% para 30,4% no mesmo período, de acordo com o prospecto.

Com o IPO, o BR Partners vai se tornar o segundo banco de investimentos independente listado na bolsa brasileira B3. O único, até agora, é o BTG Pactual, dos mesmos controladores da EXAME.

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