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BR Malls planeja inaugurar ao menos dois shoppings por ano até 2020

Empresa prevê aumentar valor de aluguel de lojistas em decorrência do crescimento nas vendas

Shopping Br Malls: a empresa tem duas inaugurações planejadas para 2011 e mais duas para 2012 (RENAN REGO/VIAGEM E TURISMO)

Shopping Br Malls: a empresa tem duas inaugurações planejadas para 2011 e mais duas para 2012 (RENAN REGO/VIAGEM E TURISMO)

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Da Redação

Publicado em 4 de novembro de 2010 às 16h47.

São Paulo - A BR Malls pretende inaugurar pelo menos dois shoppings por ano nos próximos dez anos, segundo Leandro Bousquet Viana, diretor financeiro e de relações com investidores. Nesse trimestre, a empresa registrou uma receita líquida de 131,1 milhões de reais - crescimento de 32,1% em relação ao mesmo trimestre de 2009 - e a participação da receita de aluguel mínimo na receita total diminuiu.

No terceiro trimestre, a receita bruta da BR Malls foi de 142,9 milhões de reais, representando um aumento de 32,7% em relação ao mesmo período de 2009. O crescimento de 35,2 milhões de reais é explicado principalmente pelo aluguel mínimo (que aumentou 12%), pelo aumento de custos de prestação de serviços (crescimento de 35,4%) pelo mall e merchandising (aumento de 21,9%) pelo aluguel percentual (aumento de 62,4%), pela taxa de cessão (luvas) e pela receita de estacionamento (crescimento de 114,4%).

A receita bruta dividiu-se em aluguel (65,9%), estacionamento (13,9%), prestação de serviços (7,6%), taxa de cessão (11,2%), taxa de transferência (0,7%) e outras (0,7%). No aluguel, a participação do aluguel percentual foi de 7,3%; de mall e merchandising foi de 8,0% e do aluguel mínimo foi de 50,6%. No mesmo período de 2009, o aluguel mínimo havia contribuído com 80% da receita. "Não foi ela que diminuiu, foram as outras que cresceram, especialmente estacionamento e aluguel variável", disse o diretor.

Quando as vendas crescem muito, a administradora de shoppings passa a cobrar o aluguel percentual (referente à porcentagem de vendas). O lojista paga sempre o maior valor. Quando o contrato é renovado o valor do aluguel mínimo é reajustado segundo o crescimento das vendas.

Essa é a explicação da BR Malls para a menor participação do aluguel mínimo na receita. A situação tende a se normalizar, uma vez que a administradora vem aumentando o valor dos contratos de aluguel em mais de 20% - e o aumento será mantido caso as vendas continuem crescendo. Os contratos são de cinco anos e cerca de 20% são renovados a cada ano. "Sabemos que existe espaço para a gente continuar subindo aluguel", disse o diretor.

O custo de ocupação como percentual das vendas dos lojistas caiu 0,3 p.p. em relação ao terceiro trimestre de 2009, chegando a 9,3%. Esse indicador mede quanto custa para o lojista ocupar a loja em relação ao seu percentual de vendas. Grande parte da explicação da queda desse custo é o aumento das vendas dos lojistas, com as vendas por metro quadrado crescendo 18,3% em relação ao terceiro trimestre de 2009. "Se está mais barato que em outros lugares tem mais espaço para reajustar o aluguel", disse o diretor.

Resultados


O ebitda ajustado registrou 102,7 milhões de reais no trimestre, um crescimento de 27,4% em relação ao ebitda ajustado do terceiro trimestre de 2009 de 80,6 milhões de reais. Nos nove primeiros meses de 2010 o ebitda ajustado registrou 292,7 milhões de reais, o que representa um crescimento de 33,8% sobre o mesmo período de 2009.

O ebitda veio em linha com o esperado, mas a receita veio abaixo, segundo relatório da corretora Ativa, assinado pela analista Juliana Campos. O grande destaque do trimestre, segundo a corretora, foi a forte expansão de receitas, principalmente nas linhas de aluguel percentual, prestação de serviços e estacionamento.

Outro ponto destacado pela corretora foram as renovações dos contratos de aluguel e os novos contratos em shoppings existentes, nos quais a BR Malls obteve reajustes de 22,5% e 19,9% respectivamente. A empresa tem a pressão das comissões de comercialização nas despesas com vendas, o que, no entanto, está diretamente ligado aos novos projetos da companhia que ainda não geram receitas.

"Continuamos otimistas com o desempenho do setor de shoppings com base no bom momento do varejo, o que deve se manter no 4T10 sustentado ainda por crédito em expansão, emprego estável e renda em alta", informou o relatório.

Os resultados da BR Malls no trimestre estão em linha com as expectativas da Itaú Corretora, segundo relatório assinado pelos analistas Ricardo Lima, David Lavant e Vivian Salomon. "A companhia mostrou mais uma vez o forte potencial de crescimento de seu portfólio e a capacidade de aquisição de shoppings e de executar seus projetos greenfield de forma bem sucedida", disse o relatório.

A BR Malls encerrou o trimestre com dois recordes. A empresa alcançou a maior taxa de ocupação da sua história nesse trimestre, 98,5%, e em vendas mesmas lojas a empresa obteve crescimento de 16,6%.

Custos


No trimestre, a empresa observou um aumento de 5,9 milhões de reais nos custos de aluguéis e serviços - crescimento de 76,9% sobre o mesmo trimestre de 2009. Esse aumento foi explicado pela empresa pelo pagamento mensal referente à concessão para o Metrô de São Paulo do Shopping Metrô Santa Cruz, que não fazia parte do portfólio da empresa no terceiro trimestre de 2009, e pela mudança na estrutura societária de algumas operações de estacionamento.

O custo com pessoal apresentou um aumento de 1,9 milhão de reais no trimestre quando comparados ao do terceiro trimestre de 2009 - crescimento de 157,5%. As principais explicações da BR Malls foram as aquisições dos shoppings Metrô Santa Cruz, Independência e Crystal Plaza; a intensificação da auditoria de vendas e a mudança de modelo societário de algumas operações de estacionamento.

Inauguração

No trimestre, a BR Malls inaugurou o Shopping Sete Lagoas. A empresa prevê a inauguração do shopping Granja Vianna em novembro de 2010. Para 2011, a empresa planeja a inauguração do Via Brasil Shopping, em abril, e do Mooca Plaza Shopping no quarto trimestre. Para 2012 estão previstas as inaugurações do Shopping Estação BH, no segundo trimestre, e do São Bernardo, no segundo semestre.

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