Tropical Bioenergia: a BP começou a investir em biocombustíveis no Brasil em 2008, quando adquiriu 50% de participação na Tropical BioEnergia (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 11 de março de 2011 às 18h34.
São Paulo - A aquisição anunciada hoje pela BP dá indícios do interesse da empresa no segmento de biocombustíveis no Brasil. A BP comprou 83% da Companhia Nacional de Açúcar e Álcool (CNAA) – e ela não deve parar por aí.
"Hoje o foco de crescimento da BP (no Brasil) vai estar amparado pela sua participação na Tropical e na CNAA, mas estaremos abertos a outras oportunidades no mercado, queremos ser um player relevante nos próximos 10 anos", disse Mário Lindenhayn, presidente da BP Biofuels Brasil, em teleconferência realizada hoje (11/3) com a imprensa.
A empresa começou a investir em biocombustíveis no Brasil em 2008, quando adquiriu 50% de participação na Tropical Bio Energia. “Decorrente da experiência positiva nós ficamos abertos para oportunidades do mercado", disse o empresário. A busca visa ativos de qualidade, bem localizados, com boas práticas de gestão e nos quais a parte agrícola seja 100% mecanizada, segundo Lindenhayn.
O interesse pela CNAA existia há cerca de 12 meses, mas somente na noite de ontem foi assinado o acordo. Pelo contrato, a BP adquiriu 83% das ações da CNAA e 100% das suas dívidas de longo prazo por aproximadamente 680 milhões de dólares (cerca de 1,1 bilhão de reais). A empresa não divulga o valor da dívidas.
Para a BP o ativo é uma plataforma importante no Brasil. Quando os investimentos forem concluídos a empresa quer alcançar uma capacidade instalada de 15 milhões de toneladas nas três usinas e uma comercialização de mais de mil gigawatts por ano de energia. A BP não divulga os investimentos futuros, tampouco o prazo para as unidades crescerem.
O etanol produzido pelas unidades será destinado ao mercado nacional. A BP estará aberta a oportunidades de exportação quando a produção alcançar outros patamares, segundo a empresa. “Hoje o Brasil é o segundo maior mercado interno de etanol, e as projeções indicam que assim continuará. Nosso foco será voltado prioritariamente ao mercado nacional e olhando oportunidades de exportação", disse o presidente.