Negócios

Bozano já tem plano para saída de Paulo Guedes

Em dezembro de 2017, a Bozano cuidava de R$ 2,3 bilhões de 2.640 pessoas físicas e investidores institucionais

Bolsonaro e Paulo Guedes (Sergio Moraes/Reuters)

Bolsonaro e Paulo Guedes (Sergio Moraes/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de outubro de 2018 às 10h04.

São Paulo - Já há um plano para a mudança da estrutura da instituição financeira presidida pelo assessor econômico de Jair Bolsonaro, a Bozano Investimentos. Em caso de vitória do candidato do PSL, Paulo Guedes deverá ocupar o previamente anunciado novo Ministério da Economia. Por isso, uma empresa especializada preparou o caminho para a saída do executivo em um modelo semelhante ao usado em outros casos, como de Armínio Fraga que também deixou o mercado financeiro para ocupar cargo na capital federal.

Esse plano de sucessão já está na gaveta de Guedes e será anunciado imediatamente após eventual vitória do candidato do PSL e a nomeação dele para o ministério. O trabalho foi realizado por um escritório de advocacia que já assessorou outros nomes famosos que entraram no governo e o plano prevê a adoção de todas as formalidades em até dois meses.

A Bozano foi constituída como uma sociedade entre os executivos, o que facilita a sucessão. Hoje, sete sócios compõem o comitê executivo e um deles deve substituir Guedes. No mercado, há percepção de que Guedes já deixou a linha de frente da Bozano há algum tempo. Apesar de continuar com o cargo de presidente da instituição nos documentos entregues à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o assessor de Bolsonaro acompanharia com certo distanciamento a gestão dos fundos tradicionais, além das participações em empresas.

Em dezembro de 2017, a Bozano cuidava de R$ 2,3 bilhões de 2.640 pessoas físicas e investidores institucionais, sendo dois terços alocados em participações acionárias - venture capital e private equity - e um terço em fundos tradicionais.

As quatro carteiras abertas da Bozano Investimentos têm registrado rendimento pior que dos concorrentes em todos os segmentos: multimercado, ações e renda fixa. Com isso, o patrimônio da Bozano Asset Management caiu 58% no ano. No restante do mercado houve crescimento de 8%. Em 2 de outubro, a gestora de Guedes mantinha R$ 316,3 milhões sob sua gestão nos quatro fundos. É uma carteira pequena e representa apenas 0,007% de todo o mercado de fundos do Brasil.

Procurada, a Bozano Investimentos informou, em nota, que os fundos multimercados da instituição têm gestão diferente do mercado. Enquanto carteiras tradicionais são administradas levando-se em conta a expectativa para o futuro dos ativos, a carteira usa o método quantitativo que se vale de dados, estatísticas e modelos econométricos para calcular o melhor retorno dos ativos e, assim, decidir onde investir. "Os fundos multimercados são 100% quantitativos e, portanto, não comparáveis a fundos tradicionais da categoria", cita a nota.

Sobre eventual vitória de Bolsonaro, a Bozano informou que "é uma gestora independente de recursos e que, na hipótese de qualquer sócio tomar a decisão de se migrar para a administração pública, serão tomadas todas as providências cabíveis". Com relação à atuação de Guedes, a Bozano informou, em nota, que "ele não participa das decisões de investimentos nem tem responsabilidade fiduciária perante a CVM sobre os fundos citados". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:Jair BolsonaroPaulo Guedes

Mais de Negócios

De food truck a 130 restaurantes: como dois catarinenses vão fazer R$ 40 milhões com comida mexicana

Peugeot: dinastia centenária de automóveis escolhe sucessor; saiba quem é

Imigrante polonês vai de 'quebrado' a bilionário nos EUA em 23 anos

As 15 cidades com mais bilionários no mundo — e uma delas é brasileira