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De olho em crowdfunding, Bossanova compra Platta, de fundador da Rico

Micro venture capital anuncia compra da plataforma de equity crowdfunding Platta para avançar em criação de ecossistema e permitir entrada de pequenos investidores em rodadas de captação

Ricardo Moraes Filho e João Kepler (Bossanova/Divulgação)

Ricardo Moraes Filho e João Kepler (Bossanova/Divulgação)

O micro venture capital Bossanova Investimentos acaba de concluir a compra da plataforma de equity crowdfunding Platta, em sua primeira aquisição de uma plataforma de financiamento coletivo — até o momento, o fundo apenas investia em empresas do segmento como sócio minoritário.

A aquisição foi concluída em setembro, e o valor não foi divulgado.

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O que é a Platta

Até então controlada por Ricardo Moares Filho, um dos fundadores da corretora Rico (adquirida pela XP Investimentos em 2016), a Platta é uma plataforma de equity crowdfunding, termo em inglês para financiamento coletivo. O modelo está baseado no investimento em startups por um grupo de investidores menores, incluindo pessoas físicas.

O crowdfunding é considerado uma modalidade mais acessível para pessoas comuns interessadas em rodadas menores e investimentos de menor porte, como maneira de se inserir no mundo das startups.

Com o movimento, Moraes, que faz parte da rede de investidores da Bossanova desde 2017, passará a atuar como Conselheiro Consultivo do braço de crowdfunding da gestora.

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Por que a Bossanova comprou a Platta

A aquisição da Platta vem na esteira de ações da Bossanova com o objetivo de se tornar um completo ecossistema para investidores e startups investidas. Entre elas, a criação de um braço educacional profissionalizante chamado de BossaAcademy e do BossaBank, banco digital para os investidores. Em abril, a gestora também comprou o site de notícias Startupi.

A compra também vem apoiada em recentes mudanças regulatórias no próprio universo das startups. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) estendeu as permissões para que empresas de pequeno porte possam fazer captações, aumentando, inclusive, o valor máximo permitido em cada rodada para R$ 15 milhões.

Uma outra mudança foi a autorização da inclusão de investidores institucionais, como empresas e fundos de venture capital, em rodadas coletivas — o que beneficia a Bossanova.

“Esse formato educa e engaja. Nossos principais stakeholders (startups e co-investidores) precisam ter acesso a diferentes modelos que permitam que eles se conectem e gerem mudanças significativas no país. Compramos a Platta por acreditar que o crowdfunding, principalmente após a nova regulamentação, é uma ferramenta incrível de conexão entre eles", afirma João Kepler, CEO e fundador da Bossanova.

Além da Platta, a Bossanova já investia, direta ou indiretamente, em outras qautro plataformas:

  • SMU
  • Glebba
  • inco
  • Blox

O que muda para a plataforma

Com a Platta, a ideia é que investidores possam participar de captações menores conduzidas pela Bossanova. Diante disso, a avaliação das empresas que podem captar recursos através ficará a cargo da Bossanova. Até o momento, qualquer startup poderia fazer uma rodada na Platta.

Uma vez dentro do ecossistema da Bossanova, a Platta contará com o apoio do venture capital e terá maior proximidade com investidores já de longa data no fundo. A plataforma também terá contato dieto com dois executivos da Bossanova, além dos 60 colaboradores da gestora e o Centro de Serviços Compartilhados do Grupo BMG.

Para a Bossanova, a principal mudança está na inserção de pequenos investidores, que passam a poder coparticipar de rodadas lideradas pela gestora com valores que partem de R$ 1 mil.

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