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Boom do gás de xisto pesa sobre petroquímicas, diz Odebrecht

Queda nos preços do gás natural estaria prejudicando os lucros ao reduzir o poder fixação de preço e tornando-as menos competitivas


	Usina de extração de xisto: Braskem e sua parceira, a Petrobras, estão discutindo um corte no preço do gás natural no mercado doméstico
 (Andrew Burton/AFP)

Usina de extração de xisto: Braskem e sua parceira, a Petrobras, estão discutindo um corte no preço do gás natural no mercado doméstico (Andrew Burton/AFP)

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Da Redação

Publicado em 3 de fevereiro de 2014 às 19h43.

São Paulo - Uma queda nos preços do gás natural causada por um boom do gás de xisto nos Estados Unidos está prejudicando os lucros das companhias petroquímicas brasileiras, ao reduzir o poder fixação de preço e tornando-as menos competitivas, afirmou nesta segunda-feira o presidente do Grupo Odebrecht.

A Braskem - da qual a Odebrecht tem a maior fatia - e sua parceira, a Petrobras, estão discutindo um corte no preço do gás natural no mercado doméstico para levar os custos da Braskem para os níveis dos Estados Unidos, disse o presidente-executivo da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, durante evento organizado pelo Credit Suisse.

A Braskem é a maior petroquímica da América Latina e a Petrobras a maior fornecedora de gás natural importado e doméstico no Brasil.

Petroquímicas do mundo todo estão tendo de lidar com crescente competitividade das rivais norte-americanas, que viram os custos do gás cair após o crescimento das reservas de gás não convencional. Esses custos menores elevaram as exportações norte-americanas e reduziram os preços no mundo.

A Petrobras cobrou dos distribuidores locais o equivalente a 8,22 dólares por milhão de British Thermal Units (MBTUs) de gás produzido no Brasil no terceiro trimestre do ano passado. O preço de referência nos Estados Unidos no trimestre estava em 3,55 dólares por MBTUs, 43 por cento menor que o praticado no Brasil. Apesar de os preços nos EUA terem subido para 4,91 dólares, ainda estão 40 por cento abaixo do nível brasileiro.

Os preços ajudaram a reduzir as exportações brasileiras de estireno, poliestireno e etileno em 7,6 por cento em 2013, enquanto as importações subiram 21 por cento. Um preço mais baixo para o gás natural brasileiro permitiria que Braskem e outros produtores reduzissem seus preços, ajudando a manter os níveis de exportação e tornando seus produtos mais competitivos no mercado doméstico.

"Se o setor industrial no Brasil como um todo está sofrendo com impostos e outras questões, companhias petroquímicas estão sofrendo ainda mais com essa situação de preço", disse Odebrecht.

As ações da Braskem caíram 6,5 por cento nos últimos três meses, enquanto os preços domésticos da nafta, outra matéria-prima petroquímica, subiram e a companhia não conseguiu aumentar preços na mesma proporção.

O declínio do real ante o dólar tornou os produtos petroquímicos importados mais caros no mercado doméstico, mas essa situação não deve durar muito.

As ações da Braskem fecharam em queda de 3,12 por cento na BM&FBovespa nesta segunda-feira, a 18 reais.

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