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Boeing tem zero encomendas em abril em meio à pandemia do coronavírus

Clientes cancelaram mais 108 pedidos de jatos 737 MAX, no pior início de ano para a companhia desde 1962

Fábrica da Boeing em Washington: a empresa afirmou nesta terça-feira que entregou apenas seis aviões no mês passado (David Ryder/Reuters)

Fábrica da Boeing em Washington: a empresa afirmou nesta terça-feira que entregou apenas seis aviões no mês passado (David Ryder/Reuters)

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Reuters

Publicado em 12 de maio de 2020 às 14h43.

A Boeing registrou em abril, pela segunda vez neste ano, zero encomendas e clientes cancelaram mais 108 pedidos de jatos 737 MAX, no pior início de ano para a companhia desde 1962.

A empresa afirmou nesta terça-feira que entregou apenas seis aviões no mês passado, elevando o total do primeiro terço de 2020 para 56, queda de 67% ante mesmo período do ano passado.

A Boeing entregou quatro 787 Dreamliners, um 777 e uma versão anterior do 737 MAX em abril. A empresa já vivia uma crise por causa do impedimento de voos do 737 MAX após duas quedas que mataram centenas de pessoas, mas a pandemia de Covid-19 agravou as perspectivas.

A Boeing teve em 2019 o pior ano de encomendas em décadas, o que levou em janeiro à primeira interrupção da produção do 737 em 20 anos e à saída do presidente-executivo Dennis Muilenburg em dezembro.

Com a demanda por viagens aéreas anulada pela pandemia, a Boeing afirmou que vai reduzir sua força de trabalho de 160 mil funcionários em cerca de 10% e emitiu 25 bilhões de dólares em bônus para fortalecer suas finanças e se preparar para um longo período de recuperação.

A Boeing afirmou que os cancelamentos de encomendas do 737 MAX em abril foram feitos por clientes que incluem o China Development Bank Financial Leasing e a unidade de leasing de aviões da General Electric, GECAS.

Em março, a empresa sofreu 150 cancelamentos de encomendas de 737 MAX por clientes incluindo a brasileira Gol e a irlandesa Avolon.

Os números da empresa saíram no mesmo dia em que a Embraer publicou entregas de apenas cinco aeronaves comerciais no primeiro trimestre, menos da metade do que um ano antes. A empresa atribuiu a fraqueza aos preparativos para a venda da divisão para a Boeing, que fracassou.

As encomendas brutas da Boeing no ano até abril somam 49 aviões, com pedidos líquidos negativos de 255 aeronaves, após os cancelamentos.

Após ajustes contábeis que representam aviões encomendados em anos anteriores mas cujos pedidos dificilmente mantidos, as encomendas líquidas ajustadas caíram para 516 negativos.

As entregas da rival europeia Airbus também tombaram, 80%, para apenas 14 aviões em abril.

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