Negócios

Boeing corre para cumprir meta de entrega de 787 Dreamliner

A empresa corre o risco de não cumprir meta de entregas do modelo 787 Dreamliner, modelo atingido por atrasos no desenvolvimento


	Boeing 787 Dreamliner: a Boeing está esperando os assentos de luxo, que custam o mesmo que uma Ferrari
 (Divulgação)

Boeing 787 Dreamliner: a Boeing está esperando os assentos de luxo, que custam o mesmo que uma Ferrari (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de dezembro de 2014 às 17h31.

Chicago - A Boeing Co. está em risco de não cumprir a meta de 2014 de entregas do modelo 787 Dreamliner, o avião afligido por atrasos no desenvolvimento.

A empresa está esperando os assentos de luxo, que custam o mesmo que uma Ferrari e são tão complexos de fabricar quanto um carro pequeno.

Os engenheiros da Zodiac Aerospace, da França, estão tendo dificuldades para satisfazer a demanda pelos leitos personalizados, e uma greve no Texas também desacelerou a produção, disse o CEO Olivier Guy Zarrouati ontem em uma teleconferência. Esses problemas estagnaram a entrega dos primeiros 787 à American Airlines neste mês, disse ele.

A Boeing está tentando mostrar que contornou os empecilhos na produção do primeiro avião comercial feito principalmente de materiais compostos. A empresa com sede em Chicago precisa realizar 14 entregas em dezembro, uma a menos do que seu recorde mensal, para cumprir sua previsão anual de 110 unidades e manterá seu centro de entregas perto de Seattle em funcionamento durante os feriados do fim do ano para lidar com uma aceleração antecipada de fim de mês.

“A nossa diretriz de 110 entregas não mudou”, disse Doug Alder, porta-voz da Boeing, em entrevista por telefone.

Receber dos fabricantes os leitos premium totalmente reclináveis a tempo é fundamental para a Boeing, porque eles podem requerer uma ampla reinstalação elétrica, mudanças na organização de tubos e chãos de cabina reforçados.

As unidades que chegarem fora de sequência talvez também precisem ser desmontadas para passar pelas portas.

A Boeing não informou nenhum novo problema de fábrica com o 787, como as finas rachaduras que atrasaram as remessas neste ano. A estreia comercial do 787 se deu mais de três anos depois do programado devido a vários atrasos no desenvolvimento, e os reguladores mantiveram temporariamente em solo a frota global em 2013 quando suas baterias de íons de lítio queimaram.

Progressos observados

Excetuando-se os assentos, a Boeing está progredindo na redução de contratempos na montagem. A empresa está trabalhando na meta de tornar lucrativo o programa do Dreamliner em 2015, segundo Douglas Harned, analista da Sanford C. Bernstein Co. em Nova York, quem considera que as ações terão um rendimento superior.

A Zodiac também está atrasada com a entrega de assentos de luxo para o jato A350 da Airbus Group NV, disse o CEO Zarrouati na teleconferência depois que a empresa com sede em Plaisir, França, informou seus lucros.

Ele responsabilizou uma greve de um mês em Gainesville, Texas, terminada em 25 de outubro, e o estresse sofrido pelas equipes de engenharia com as fortes cargas de trabalho, pois as companhias aéreas desejam imprimir sua marca nos assentos angulares e totalmente reclináveis na tentativa de atrair passageiros executivos.

Cada assento premium pode custar mais de US$ 200.000 às companhias aéreas, porque os acabamentos caros e os custos de desenvolvimento para motores complexos se dividem em relativamente poucas unidades, disse Robert Mann, consultor de aviação em Port Washington, Nova York.

Várias posições

Os assentos do Dreamliner, similares àqueles projetados pela American para a versão atualizada do Boeing 777-200, permitem ajustar o recosto e o apoio para a cabeça por um lado e o apoio para as pernas por outro. Entre as posições possíveis nos modelos do 777-200, está a de espreguiçadeira com forma de Z e gravidade zero que, segundo a companhia aérea, reduz os pontos de pressão.

A American, unidade da American Airlines Group Inc., agora espera receber seu primeiro 787 durante o primeiro trimestre de 2015, em vez de em 2014, disse o porta-voz Matt Miller. A maior linha aérea do mundo também precisa da aprovação da Administração Federal de Aviação dos EUA para utilizar os assentos totalmente reclináveis e patenteados no 787.

“Não é incomum que este tipo de coisa aconteça”, disse Miller, em entrevista por telefone. “A personalização do design e da elaboração dos assentos realmente adicionou uma camada de complexidade ao processo, mas há muitas outras coisas que devem ser coordenadas antes de podermos lançar um novo avião”.

Acompanhe tudo sobre:AviaçãoAviõesBoeingBoeing 787EmpresasEmpresas americanasLuxoSetor de transporteTransportesVeículos

Mais de Negócios

Setor de varejo e consumo lança manifesto alertando contra perigo das 'bets'

Onde está o Brasil no novo cenário de aportes em startups latinas — e o que olham os investidores

Tupperware entra em falência e credores disputam ativos da marca icônica

Num dos maiores cheques do ano, marketplace de atacados capta R$ 300 milhões rumo a 500 cidades