BNP Paribas: prêmios da companhia somavam 1,456 bilhão de reais, um avanço de 39,7 por cento sobre 2012, no fim de dezembro (Yves Forestier/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 24 de março de 2014 às 18h05.
São Paulo - Após anos de crescimento acelerado no Brasil, apoiada em seguros massificados, a seguradora BNP Paribas Cardif vai entrar com mais força nos segmentos automotivo e de saúde para não perder ritmo a partir de 2014, disse o presidente da companhia no país.
Na esteira das políticas governamentais de incentivo ao consumo, a Cardif vem mantendo um ritmo de crescimento ao redor de 40 por cento anualmente desde 2008, especialmente com produtos de proteção financeira, garantia estendida, residencial e acidentes pessoais, ritmo mantido no ano passado, mesmo com a menor atividade econômica brasileira.
No fim de dezembro, os prêmios da companhia somavam 1,456 bilhão de reais, um avanço de 39,7 por cento sobre 2012, informou a Cardif nesta segunda-feira. No período, o lucro antes de impostos foi de 213 milhões, alta de 65,1 por cento. A empresa é braço segurador do francês BNP Paribas.
"Viramos o segundo maior mercado mundial da companhia, só atrás da França", disse Adriano Romano à Reuters. A Cardif tem operações em 36 países. No Brasil, o grupo tem uma equipe de cerca de 500 pessoas.
O executivo considera difícil manter o ritmo, dado o aumento da base e a atividade econômica ainda frágil. A expectativa é de expansão de dois dígitos em 2014, para um nível mais próximo do ano passado.
No entanto, disse, o país atravessa um ciclo de expansão estrutural de aumento das contratações de produtos de seguros, o que só não aconteceu mais rápido porque eles ainda são considerados caros.
Com isso, a Cardif vai passar a brigar com gigantes como Bradesco, SulAmérica, Itaú Unibanco, BB Seguridade pelos mercados de seguro automotivo e de saúde.
Em vez de uma disputa direta, a Cardif vai ofertar produtos mais baratos, como seguro de automóveis com cobertura apenas para roubo e furto. É uma alternativa para um mercado onde 70 por cento dos carros ainda não tem seguro, afirma.
"Esse seguro custará metade dos que estão no mercado", disse, calculando que o setor automotivo responde por cerca de um terço do mercado segurador no Brasil. A mesma estratégia será desenvolvida para seguros de saúde.
Segundo Romano, a empresa recebeu carta branca para crescer também via aquisições no país, mas até aqui não encontrou ativos que justificassem uma oferta.