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BNDESpar quer discutir saída dos Batista do conselho da JBS

Braço de participações do BNDES quer debater uma eventual saída de membros da família controladora Batista do conselho e da diretoria da empresa

Paulo Rabello de Castro, sobre a JBS: "queremos uma requalificação na diretoria e no conselho de administração da companhia" (Wilson Dias/Agência Brasil/Agência Brasil)

Paulo Rabello de Castro, sobre a JBS: "queremos uma requalificação na diretoria e no conselho de administração da companhia" (Wilson Dias/Agência Brasil/Agência Brasil)

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Reuters

Publicado em 26 de junho de 2017 às 14h37.

Última atualização em 26 de junho de 2017 às 17h21.

São Paulo - O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulo Rabello de Castro, confirmou nesta segunda-feira que o BNDESPar, braço de participações do grupo, pediu a convocação de assembleia extraordinária de acionistas (AGE) da JBS para discutir a eventual saída de membros da família controladora Batista da gestão da empresa.

"O ideal é que a companhia esteja completamente profissionalizada", disse Castro a jornalistas após lançar um portal do BNDES para empréstimos a micro e pequenas empresas em evento em São Paulo.

Na última quinta-feira, a Reuters publicou, citando fontes, que o BNDESPar havia pedido convocação de AGE para discutir o afastamento definitivo da família Batista da direção e do conselho de administração da empresa.

Em maio, os irmãos Joesley e Wesley Batista renunciaram aos postos de presidente e vice-presidente do conselho da JBS, após formalização de acordos de delação premiada de executivos da J&F com o Ministério Público. Além disso, a controladora J&F, que detém cerca de 42 por cento da JBS, fechou acordo de leniência, com pagamento de multa recorde de 10,3 bilhões de reais.

Wesley foi substituído por seu pai, José Batista, na vice-presidência do conselho, e seguiu como membro do colegiado e como presidente-executivo da companhia.

Para Castro, o pedido de AGE não é uma perseguição pessoal, mas o dever de um acionista de defender seus interesses na companhia. A BNDESPar tem 21,3 por cento na JBS.

Desde a véspera da deflagração da operação Carne Fraca da Polícia Federal, que investiga uma esquema em corrupção envolvendo frigoríficos com fiscais agropecuários, no dia 17 de março até a sexta-feira passada, as ações da JBS já caíram 47,6 por cento. No período, o Ibovespa recuou 7,1 por cento.

Nesta segunda, a ação da empresa recuava 1,60 por cento às 15h57, enquanto o Ibovespa avançava 1,85 por cento.

De acordo com o presidente do BNDES, o encontro pedido pela BNDESPar e outros minoritários busca avaliar como a maior processadora de carnes do mundo está enfrentando reagindo o cenário atual de crise de crédito e tomando as medidas para aumentar a profissionalização da empresa.

"Queremos uma requalificação na diretoria e no conselho de administração da companhia", disse Castro. "Manter o valor da companhia é nossa obsessão e todas as medidas para conseguir isso serão tomadas".

Ele adicionou que ainda não há uma data prevista para a AGE, que pode acontecer nas próximas semanas.

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