Negócios

BNDESPar pede assembleia para votar saída de família da JBS

Uma carta do banco já foi enviada à JBS solicitando a convocação de uma assembleia extraordinária para os próximos dias

JBS: os minoritários na empresa também pretendem cobrar uma indenização da controladora J&F (Paulo Whitaker/Reuters)

JBS: os minoritários na empresa também pretendem cobrar uma indenização da controladora J&F (Paulo Whitaker/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 22 de junho de 2017 às 17h43.

Última atualização em 22 de junho de 2017 às 18h21.

Rio de Janeiro - O BNDESpar, braço de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social na qual pedirá o afastamento definitivo da família Batista da direção e do conselho de administração da empresa, disseram à Reuters duas fontes com conhecimento direto do assunto.

Os minoritários na empresa também pretendem cobrar uma indenização da controladora J&F, holding da família que controla a JBS, por prejuízos causados pelos Batista à empresa.

Uma carta do banco já foi enviada à JBS solicitando a convocação de uma assembleia extraordinária para os próximos dias. A medida tem o aval e o apoio dos demais minoritários da JBS, disse uma das fontes. O banco de fomento tem 21,3 por cento de participação na empresa.

As perdas, segundo as fontes, vieram a reboque dos efeitos da operação Carne Fraca, em que a empresa e outros frigoríficos são acusadas de pagar propina para aliviar a fiscalização sanitária sobre alimentos processados, e da delação premiada de executivos da J&F, envolvendo compra de políticos em troca de favorecimento no Congresso e em órgãos de governo.

"A carta foi enviada e o objetivo não é só tentar o afastamento definitivo deles (família Batista) da JBS", disse uma fonte. "O que se quer é tirar da empresa os irmãos e qualquer representante da família e do grupo que participou de atividade criminosa", disse outra fonte.

Em maio, os irmãos Joesley e Wesley Batista renunciaram aos postos de presidente e vice-presidente do conselho de administração da JBS, pouco depois da formalização de acordos de delação premiada de executivos da J&F com o Ministério Público.

Além disso, a J&F fechou um acordo de leniência, com pagamento de multa recorde de 10,3 bilhões de reais.

Wesley deixou a vice-presidência do conselho de administração, mas foi substituído por seu pai, José Batista. Além disso, seguiu como membro do colegiado e como presidente-executivo da companhia.

Desde 16 de março, véspera da deflagração da operação Carne Fraca, as ações da JBS já caíram 47 por cento. No período, o Ibovespa recuou 6,9 por cento.

Segundo um das fontes ouvidas pela Reuters, os cálculos da indenização que será pedida ainda estão sendo feitos.

Essa semana, a JBS revelou um plano de desinvestimento de 6 bilhões de reais em ativos para fazer frente às dívidas de curto prazo. Na véspera, a Justiça bloqueou a venda de 300 milhões de dólares em ativos do grupo no Mercosul até o Supremo Tribunal Federal (STF) homologar a delação dos Batista.

Procuradas, a J&F e a JBS não se manifestaram de imediato.

Acompanhe tudo sobre:AcionistasBNDESCorrupçãoJBSJoesley BatistaOperação Lava JatoWesley Batista

Mais de Negócios

Azeite a R$ 9, TV a R$ 550: a lógica dos descontaços do Magalu na Black Friday

20 frases inspiradoras de bilionários que vão mudar sua forma de pensar nos negócios

“Reputação é o que dizem quando você não está na sala”, reflete CEO da FSB Holding

EXAME vence premiação de melhor revista e mantém hegemonia no jornalismo econômico