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BNDES continuará acionista da Embraer sem participar da nova empresa

O presidente reforçou que o banco não participou das negociações com a Boeing, mas apenas assessorou o governo em questões relativas à golden share

BNDES: "A associação com a Boeing nos parece muito positiva para permitir a continuidade dos trabalhos da Embraer e da produção de aeronaves e desenvolvimento de tecnologia no Brasil", disse o presidente Dyogo Oliveira (BNDES/Divulgação)

BNDES: "A associação com a Boeing nos parece muito positiva para permitir a continuidade dos trabalhos da Embraer e da produção de aeronaves e desenvolvimento de tecnologia no Brasil", disse o presidente Dyogo Oliveira (BNDES/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de julho de 2018 às 15h30.

Brasília - O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Dyogo Oliveira, disse que o BNDES continuará sendo acionista da Embraer, mas não terá participação na nova empresa que será formada após acordo com a Boeing. "A Embraer terá uma participação nessa nova empresa, mas os acionistas não terão participação direta", afirmou.

Segundo Dyogo, não foi colocada a opção de que os acionistas da Embraer tivessem participação na nova empresa. O BNDES tem 5% das ações da Embraer e é o maior financiador das exportações da empresa. Perguntado sobre se tem intenção de vender participação na Embraer, Dyogo disse que não fala sobre esse tipo de operação antes de ser concluída para não afetar o mercado.

O presidente reforçou que o banco não participou das negociações com a Boeing, mas apenas assessorou o governo em questões relativas à golden share, ação da União que dá direito a veto em questões como transferência de controle acionário.

"As informações que temos enquanto acionista são semelhantes ao que tem o mercado, há uma separação de funções. Participamos até um certo ponto nas discussões com o governo, mas não tínhamos conhecimento prévio dos detalhes", afirmou.

Dyogo disse ainda que o acordo com a Boeing é uma solução positiva para uma questão "inexorável", que é o acirramento da competição nesse mercado após a compra da Bombardier pela Airbus. Ele disse que a operação representou "sérios riscos" à continuidade das atividades comerciais e tecnológicas da Embraer e que a associação da Boeing preserva a capacidade de ter desenvolvimento de aeronaves no Brasil.

"A aquisição da Bombardier pela Airbus desequilibrou o mercado e deixou pouco espaço para uma empresa do tamanho da Embraer competir isoladamente. A associação com a Boeing nos parece muito positiva para permitir a continuidade dos trabalhos da Embraer e da produção de aeronaves e desenvolvimento de tecnologia no Brasil", completou.

Para o presidente, a golden share e o poder de veto do governo estão "plenamente preservados" com o acordo, que foi desenhado para garantir isso deixando de fora os negócios militares e de jatos executivos.

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