Negócios

BNDES assinará contrato com consórcio sobre concessão da Cedae

A privatização da companhia foi oferecida pelo estado do Rio de Janeiro como contrapartida para a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal

Cedae: o consórcio terá sete meses para concluir o trabalho (Cedae/Divulgação)

Cedae: o consórcio terá sete meses para concluir o trabalho (Cedae/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 31 de agosto de 2017 às 21h57.

Última atualização em 31 de agosto de 2017 às 22h02.

Rio - A diretora de Infraestrutura do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Marilene Ramos, disse que o contrato com o consórcio responsável por elaborar a modelagem da concessão dos serviços de saneamento da Cedae, a estatal de água e saneamento do Rio, será assinado na primeira quinzena de setembro.

A consultoria que vai definir o modelo de venda da Cedae foi escolhida este mês. Quem venceu a licitação foi o consórcio composto pelo Banco Fator, pela Concremat Engenharia e Tecnologia e pela Vernalha Guimarães & Pereira Advogados Associados.

O grupo terá sete meses para concluir o trabalho. Ele apontará qual será o melhor modelo para atrair a iniciativa privada, como venda pura e simples da empresa ou parceria público-privada, entre outras opções.

Segundo Marilene, o BNDES vai tomar conhecimento da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) envolvendo a privatização da companhia, para entender seu teor, embora essa seja uma questão a ser enfrentada pelo Estado do Rio.

O ministro Luís Roberto Barroso decidiu que a operação de crédito de até R$ 3,5 bilhões envolvendo a privatização da Cedae não poderá ser utilizada pelo governo fluminense para pagar despesas com servidores ativos, inativos e pensionistas.

Para Barroso, a legislação do Rio violou a Constituição Federal ao prever que os recursos da operação fossem utilizados para pagamento da folha.

A decisão vale até o julgamento final de uma ação direta de inconstitucionalidade ajuizada pelos partidos Rede Sustentabilidade e PSOL.

De acordo com Marilene, nada impede que a modelagem prévia da concessão continue correndo em paralelo. O objetivo é ter um projeto pronto.

"A forma como o BNDES vai participar (da privatização) só será possível responder depois que tivermos essa modelagem e um valuation (avaliação financeira) adequado da empresa", disse.

A privatização da Cedae foi oferecida pelo Estado do Rio como contrapartida para a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF).

Por meio desse programa o governo estadual pode suspender temporariamente o pagamento de sua dívida com a União em troca de contrapartidas, como a criação de um teto de gastos.

O processo de privatização está a cargo do BNDES, assim como o banco de fomento faz com outros Estados que decidiram vender suas estatais de saneamento.

O presidente do banco, Paulo Rabello de Castro, já sinalizou que, ao longo do processo, o BNDES poderá comprar temporariamente uma fatia da Cedae, que poderá chegar a 49% do capital.

Acompanhe tudo sobre:BNDESCedaeEmpresas estataisEstatais brasileirasPrivatização

Mais de Negócios

Ford aposta em talentos para impulsionar inovação no Brasil

Fortuna de Elon Musk bate recorde após rali da Tesla

Prêmio Sebrae Mulher de Negócios 2024: conheça as vencedoras

Pinduoduo registra crescimento sólido em receita e lucro, mas ações caem