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BNDES apoia fusão entre Fibria e Suzano, dizem fontes

Grupos têm afirmado há meses que defendem consolidação na indústria de celulose como forma de geração de valor para os investidores

Fábrica de celulose: As negociações entre Fibria e Suzano para uma união dos grupos começaram recentemente (Rich Press/Bloomberg)

Fábrica de celulose: As negociações entre Fibria e Suzano para uma união dos grupos começaram recentemente (Rich Press/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 27 de fevereiro de 2018 às 20h05.

Última atualização em 27 de fevereiro de 2018 às 22h29.

Rio de Janeiro - O BNDES vê com bons olhos uma possível fusão entre as duas maiores produtoras de celulose do Brasil, Suzano e Fibria, e dará sua benção a uma aproximação das empresas, em meio à estratégia de venda de participações de sua carteira, disseram duas fontes próximas do assunto.

As negociações entre Fibria e Suzano para uma união dos grupos começaram recentemente e estudos de viabilidade da operação estão sendo feitos pelos dois lados, disseram as fontes.

Ambos os grupos têm afirmado há meses que defendem consolidação na indústria de celulose como forma de geração de valor para os investidores e para dar mais "racionalidade" na expansão de oferta da matéria-prima do papel no mercado mundial.

Na véspera, o jornal Valor Econômico, publicou que a Fibria voltou a ser alvo de interesse formal de empresas nacionais e estrangeiras e que além da Suzano, a lista de interessados na companhia controlada pelo grupo Votorantim e pelo BNDES inclui a chilena Arauco, a Paper Excellence e a finlandesa UPM.

"Sabemos que as conversas estão acontecendo e o BNDES não atrapalha a vida de ninguém desde que seja um bom negócio a todos", disse uma das fontes. "A gente sempre vê essas conversas entre grandes grupos com bons olhos, mas não é só isso", disse uma segunda fonte, acrescentando que para que seja considerado um bom negócio, as conversas entre Fibria e Suzano precisam trazer obrigatoriamente ganhos de escala, produtividade e especialmente melhoria de governança.

"O banco não vai capitanear nada e não tem pressa para vender nada, mas com certeza olha com bons olhos e analisa tudo que possa melhorar governança, gestão e trazer uma reciclagem", disse a primeira fonte.

Procurado, o grupo Votorantim remeteu comentário feito em meados do mês pela própria Fibria em meio às notícias sobre consolidação envolvendo a empresa: "Fomos procurados por representantes da Suzano Papel e Celulose com o objetivo de discutir alternativas estratégicas." Já a Suzano não se manifestou.

As conversas ocorrem apesar da Suzano ter informado no início do mês que avaliava viabilidade de construção de uma nova fábrica de celulose no Estado de São Paulo, com capacidade de 1,5 milhão de toneladas por ano.

No ano passado, o BNDES fez operações de venda de ativos e de participações em empresas que somaram cerca de 7 bilhões de reais, e, os movimentos continuarão esse ano, afirmaram as fontes. O banco detém participação de 29 por cento na Fibria, equivalente a 161.082.681 papéis. As ações da Fibria encerraram nesta terça-feira cotadas a 62,50 reais. A Votorantim SA detém outros 29,4 por cento da empresa.

"O movimento esse ano vai continuar (de venda de participações do BNDES) e se a gente entender que cumpriu o papel e, se tiver um boa oportunidade de negócio, vamos apoiar", disse uma das fontes.

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