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BNDES amplia participação no JBS

Porcentagem do banco cresceu de 17% para 31%; Bertin e família Batista, no entanto, viram sua participação cair mais de 7%

JBS: além do aumento de capital, o frigorífico iniciou nesse mês o rebalanceamento de sua dívida (Arquivo)

JBS: além do aumento de capital, o frigorífico iniciou nesse mês o rebalanceamento de sua dívida (Arquivo)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de maio de 2011 às 16h52.

São Paulo - Após o aumento de capital de 3,749,600 bilhões de reais anunciado hoje (18/5) pelo JBS, a participação da holding controladora do frigorífico, FB Participações (associação da família Batista e do Bertin), caiu de 54,52% para 47%. Já o BNDES viu sua porcentagem saltar de 17,02% para 31,3%.

Além dos 17,02% do capital votante do JBS, a BNDESPAR possuía uma participação indireta através do fundo Prot-Fip. A participação do Prot-Fip no JBS era de 8% e foi para 6% após a emissão. A BNDESPAR é signatária de acordo de acionistas e de acordo de investimento, o que permite sua representação no conselho de administração da JBS. O acordo não será alterado, segundo o frigorífico.

A emissão privada de ações encerra as incertezas sobre a necessidade de realização de um IPO (Oferta Inicial de Ações, na sigla em inglês) da unidade americana da empresa, a JBS USA. As ações da JBS estavam sendo penalizadas por essas incertezas, segundo Wesley Batista, presidente do JBS.

O JBS não tem planos de abrir capital nos Estados Unidos. “Vamos seguir olhando o mercado dos Estados Unidos, se estiver propício poderemos analisar, mas não temos planos hoje”, disse o executivo.

Nos dias 3 e 4 de junho serão realizadas as assembléias gerais de debenturistas e extraordinária. Nos dias 4 e 5 de julho ,o conselho vai homologar a operação e conclui-la.

Renegociação da dívida

Além do aumento de capital, o JBS iniciou nesse mês o rebalanceamento de sua dívida. A empresa prevê ganhos anuais de 150 milhões de dólares com a operação. “Cerca de 250 milhões de reais de lucro líquido a mais para a companhia no balanço’, disse Batista.

Nos Estados Unidos, como a JBS tem pouca dívida e poucos juros, há um alto lucro antes de impostos – e conseqüente cobrança elevada de impostos sobre esse valor. Já no Brasil, o pagamento de juros sobre a dívida é alto e há pouco lucro antes de calcular o imposto que recairá sobre ele – o que faz o imposto ser menor.

Hoje, a operação do JBS nos EUA gera cerca de 65% do caixa da empresa como um todo. O volume é gerado em dólar. “A dívida será proporcional à geração de caixa”, disse Batista. A geração de caixa vai estar na mesma moeda da divida. Assim, com o rebalanceamento, a empresa afirma que estará menos exposta à mudanças do câmbio nas dívidas, uma vez que a parcela da dívida no Brasil em dólar vai diminuir.

 


 

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